quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Cientistas alertam para extinção em massa no ecossistema marinho em décadas


A vida marinha poderá sofrer extinção em massa em poucas décadas se a pesca intensiva, as mudanças climáticas, a acidificação da água, a poluição e o desenvolvimento litorâneo não forem combatidos, segundo um relatório apresentado hoje pela ONU.

O relatório "In Dead Water" ("Em Águas Mortas"), elaborado por uma equipe de cientistas por incumbência do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), cujo 10ª conselho especial termina hoje, em Mônaco, traça um panorama tenebroso."Há 65 milhões de anos, quando desapareceram os dinossauros, o mar estava saturado de dióxido de carbono (CO2).

Em poucas décadas, a partir de agora, a água do mar será ainda mais ácida do que naquela época".A afirmação pessimista é de Ken Caldeira, da Universidade de Stanford, que, junto com outros cientistas e o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, apresentou o relatório à imprensa.Steiner resumiu as ameaças que assolam os oceanos: a pesca intensiva e as más práticas pesqueiras, como o arrasto e a pesca em profundidade, as mudanças climáticas e a poluição litorânea.

Segundo o diretor-executivo do Pnuma, "seria uma irresponsabilidade culpar uma só delas, mas, em coro, farão com que em 30 ou 40 anos desapareça a indústria pesqueira e aconteça o colapso biológico dos mares".

O relatório indica que a metade das capturas pesqueiras do mundo acontece em menos de 10% do oceano. É nesta área que se produz a maior parte da atividade biológica de espécies consideradas chave na cadeia alimentar.Devido às mudanças climáticas, "com o aumento de 3 graus na temperatura das águas superficiais, mais de 80% dos corais - fundamentais na ecologia marinha - podem morrer em décadas, entre 80% e 100% em 2080", segundo o relatório.

A acidificação do mar, devido à dissolução de CO2 provocada pelo uso de combustíveis fósseis, em poucas décadas danificará também os corais e outras espécies que metabolizam conchas calcárias.Ainda segundo o relatório, o desenvolvimento litorâneo "aumenta rapidamente" e há a previsão de que "atinja negativamente 91% de todas as costas desabitadas até 2050, contribuindo majoritariamente para a poluição do mar".

As mudanças climáticas afetam negativamente "a circulação termoalina - grandes correntes - e o fenômeno de fluxo e refluxo de água continental, crucial para 75% das pescas".Em conjunto, a poluição litorânea e as mudanças climáticas "acelerarão o desenvolvimento de zonas mortas, muitas delas próximas a plataformas pesqueiras".

O número de zonas mortas - regiões com hipóxia (falta de oxigênio) - aumentou de 149 em 2003 para 200 em 2006, afirma o relatório apresentado."A pesca intensiva e o arrasto de fundo estão degradando o habitat e ameaçando a produtividade e a diversidade biológica.

As áreas danificadas pelos arrastos levarão vários séculos para se recuperar", advertem os cientistas."Já existem projeções que indicam o colapso da indústria pesqueira como resultado da superexploração, e é muito provável que esse colapso se antecipe, como resultado de múltiplos fatores que atuam de forma combinada", afirmaram os cientistas em Mônaco.

Os fenômenos prejudiciais aos mares também incluem os efeitos causados pelas mudanças climáticas na atmosfera, o degelo e o conseqüente aumento do nível do mar, segundo os oceanógrafos.

Fonte: EFE

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Toque Ecológico: Consciência e memória ambiental — Não custa nada cuidar do próprio lixo

Por: Marcelo Szpilman / www.mergulho.com.br

O tradicional e exuberante encontro do mar com a Mata Atlântica em toda Costa Verde do nosso litoral, onde, felizmente, ainda existem faixas bem conservadas, sempre me faz refletir sobre a semelhança de visual encontrado pelos primeiros navegantes que aqui aportaram e a importância de se preservar essa memória ambiental.De lá para cá, a crescente e desordenada ocupação da zona costeira por loteamentos e o grande incremento das atividades esportivas e de lazer ligadas ao mar têm provocado uma forte pressão impactante sobre os ecossistemas locais.

Quem não gosta de ancorar o barco em uma enseada com águas claras e limpas ou frequentar uma praia com a areia branquinha? Porém, poucos sabem que manter esses ambientes limpos vai além da educação e do aspecto puramente visual.

Os canudinhos, pontas de cigarro, cotonetes, tampinhas e sacos plásticos descartados de forma incorreta poluem nossos mares e podem provocar uma significativa mortandade de inocentes animais marinhos. Linhas de pesca, cabos e restos de redes abandonados no mar permanecem nesse ambiente por muitos anos e acabam vitimando inúmeros animais que se enroscam e acabam morrendo por asfixia ou por inanição.

Peixes, tubarões, aves, focas, golfinhos e tartarugas são as principais vítimas. Confundem os detritos que ficam boiando no mar com alguns dos alimentos que formam parte de sua dieta e podem morrer de inanição. Um saco plástico à deriva no mar é facilmente confundido com a água-viva, componente alimentar de várias espécies de tartarugas-marinhas.

Engolindo o saco plástico, a tartaruga pode morrer sufocada. Golfinhos já foram encontrados com o estômago cheio de lixo que veio das cidades.

Assim, lembre-se na próxima vez que for passear de barco ou freqüentar alguma praia: seja consciente. Não custa nada levar um saco plástico para jogar seu proprio lixo e, quando for embora, levá-lo com você para ser descartado corretamente na lixeira.Poder vislumbrar dias melhores para o ambiente marinho e para nós mesmos só reforça a importância do cuidado e do respeito que devemos ter pelo Planeta que nos sustenta.

Marcelo Szpilman, Biólogo Marinho formado pela UFRJ, com Pós-Graduação Executiva em Meio Ambiente (MBE) pela Coppe/UFRJ, é autor do livro Guia Aqualung de Peixes, editado em 1991, de sua versão ampliada em inglês Aqualung Guide To Fishes, editado em 1992, do livro Seres Marinhos, editado em 1998/99, do livro Peixes Marinhos do Brasil, editado em 2000/01, do livro Tubarões no Brasil, editado em 2004, e de várias matérias e artigos sobre a natureza, ecologia, evolução e fauna marinha publicados nos últimos anos em diversas revistas e jornais e no Informativo do Instituto. Atualmente, Marcelo Szpilman é diretor do Instituto Ecológico Aqualung, Editor e Redator do Informativo do citado Instituto, diretor do Projeto Tubarões no Brasil (Protuba) e membro da Comissão Científica Nacional (Cocien) da Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos (CBPDS).

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Discurso: Antigo, atual e urgente...



Canadense Severn Suzuki da Organização das Crianças em Defesa do Meio Ambiente, durante a RIO 92 - Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente eo Desenvolvimento. Com 12 anos à época, ela faz um apelo aos Chefes de Estado presentes na Conferência.

Fonte:(Envolverde/YouTube) www.envolverde.com.br

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

"Sustentabilidade e Desenvolvimento Humano" marca a estréia de vídeos na Envolverde


Nos últimos anos vem crescendo a busca por modelos sustentáveis de desenvolvimento. Para contribuir com a assimilação do conceito, a Envolverde criou a sua definição:

Filantropia - é dar peixe a quem tem fome.

Responsabilidade Social - é ensinar a pescar.

Sustentabilidade - é cuidar do rio, das matas ciliares, da água e cuidar para que existam peixes para sempre.

www.envolverde.com.br

© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

Mapa mostra impacto de ação humana sobre oceanos

Um mapa feito por cientistas americanos e divulgado nesta sexta-feira na revista científica Science mostra que 41% dos oceanos do mundo foram afetados, em menor ou maior grau, pela ação humana.

Para mapear o impacto da atividade humana nos ecossistemas marítimos, os cientistas da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, fizeram uma sobreposição de 17 mapas que demonstravam o impacto de fatores diversos, como a pesca, a poluição e a mudança climática.

Os mapas foram feitos com base em um estudo que analisou o impacto dos seres humanos em ecossistemas como os recifes de corais, as colônias de algas marinhas, plataformas continentais e os oceanos profundos. O mapa mostra que as áreas mais afetadas pelo impacto humano são o Mar do Norte, Mar da China Oriental e Meridional, Mar do Caribe, a costa leste da América do Norte, os mares Mediterrâneo e Vermelho,o Golfo Pérsico, o Mar de Bering e várias regiões do Pacífico Oeste.

O estudo indica ainda que as áreas menos afetadas são aquelas próximas aos pólos. "Este projeto nos permite começar a ver o cenário do impacto dos humanos nos oceanos", diz Ben Halpern, que liderou o estudo. "Os resultados mostram que, somados, os impactos individuais revelam uma situação muito pior do que imagino que as pessoas esperavam. Certamente foi uma surpresa para mim", afirma.

Brasil
Segundo os cientistas, a influência dos humanos varia de forma significativa de acordo com cada ecossistema. Nas áreas mais afetadas, por exemplo, há grande concentração de recifes de coral, algas marinhas, mangues e montanhas marinhas. Já os ecossistemas menos afetados são áreas de oceanos abertos e onde o fundo do mar é mais liso.

O mapa revela que em grande porção da costa brasileira, o impacto dos humanos é “médio alto”, o que indicaria uma influência de 4,95 até 8,47%. No entanto, enquanto algumas áreas na costa sul do Brasil o impacto aparece mais ameno, uma grande faixa da costa sudeste do país revela um impacto alto, maior que 15,52%.
Processo
A pesquisa envolveu quatro etapas. Na primeira, os cientistas desenvolveram técnicas para quantificar e comparar o impacto das atividades humanas em diferentes ecossistemas. Na segunda etapa, a distribuição dos ecossistemas e das influências humanas foi analisada. Os cientistas então combinaram as duas informações – a distribuição e o impacto – para determinar “os índices do impacto humano” para cada região do mundo.
Finalmente, os cientistas usaram estimativas sobre as condições dos ecossistemas marítimos já disponíveis para fundamentar ainda mais os índices levantados pela pesquisa. Os cientistas afirmam que, apesar dos esforços, o mapa ainda é incompleto, já que os dados sobre algumas atividades humanas ainda é escasso.
Futuro
Apesar do cenário revelado pela pesquisa, os cientistas sugerem que ainda há tempo para tentar preservar os oceanos. "Há certamente espaço para a esperança", diz Carrie Kappel, que participou do estudo. "Com esforços para proteger as porções dos oceanos que ainda continuam puras, temos uma boa chance de preservar estas áreas em boas condições", afirma.
De acordo com o estudo, o mapa poderá servir como referência para o desenvolvimento de políticas de conservação e manutenção, além de oferecer informações sobre o impacto de certas atividades. "O homem sempre usará os oceanos para recreação, extração de recursos e outras atividades comerciais, como o transporte marítimo. O que precisamos é fazer isso de forma sustentável para que os oceanos continuem saudáveis e continuem a nos oferecer os recursos que precisamos", conclui Halpern.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Campus Party 2008 - No final um novo começo

Por: João Malavolta / Ecobservatório

Com muitas opiniões, ideais e novas tecnologias a Campus Party 2008 chegou ao fim no ultimo domingo (17) em solo Tupiniquim, mas com uma grande missão, que será a “transparência verde” para os próximos eventos que seguirão pelo mundo e em especial na próxima edição aqui no Brasil.

O desafio para a organização das próximas CP será o de tornar cada vez mais sustentável os locais da realização da “festa”, espaços esses que na edição brasileira serviram para que fossem socializadas novas tecnologias e formas de trabalhar via WEB.

Durante o andamento do evento e devido falta de visão da organização da CP frente à urgência das questões ambientais, uma oportunidade surgiu em meio aquele emaranhado tecnológico, ou seja, uma pontinha verde dentro daquela imensidão cinza das maquinas de teclar, que possibilitou um amplo debate para os jovens que entendem e sabem o poder de ganho e perdas de uma “pegada ecológica” mal andada.




O Campus Verde que seria a base operacional da militância ambientalista dentro dessa esfera tecnológica se tornou apenas um espaço imaginário dentro das possibilidades idealizadas pelos cyber-ambientalistas que se apropriaram do espaço. No entanto as vozes relutantes pelo discurso sustentável foram ouvidas.

No sábado (16) o vice-presidente de operações da E3-Futura e coordenador do Campus Verde da Espanha, Juan Negrillo, se juntou aos campuseiros verdes para falar sobre as falhas e as possíveis ações que poderão ser implementadas para as futuras CP pelo mundo.



Na visão de Negrillo ele se vislumbrou com a preocupação dos ambientalistas quando o assunto é sustentabilidade. “Aqui no Brasil a preocupação com o meio ambiente por parte das pessoas que discutem o tema é algo muito bom e é difícil de ver isso em outros paises”.

Após o final da reunião um novo começo de idéias surgiram quando o pensamento se dirigia a próxima edição da CP. Alguns produtos já podem ser acessados pelos interessados pelo Campus Verde, como a página www.campusverde.info onde nela está postado a grande maioria dos “post’s” dos “Blogueiros Verdes” que espremeram de idéias sustentáveis os organizadores do evento.

Mas a maior transformação que devera acontecer dentro de uma visão integradora que a WEB possibilita será no campo das atitudes frente ao desafio da preservação ambiental. Todas as informações captadas e transmitidas pelos milhares de participantes que se cruzaram na CP provavelmente podem ser efetivadas, mas, todavia a conecção que devera ser estabelecida entre os campuseiros para um novo olhar sobre o poder da tecnologia, será a visão que norteara a mudança dos hábitos individuais dentro de um principio ambiental para que seja desmaterializado os estímulos inconscientes ao consumo, despertando dessa maneira uma visão cognitiva para uma educação sustentável.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

A real da reciclagem no Campus Party

Por: Diego Fernandes



O campus verde foi mais publicidade do que prática. Empresas importantes patrocinaram esta área do Campus Party e segundo os organizadores o lixo estava sendo coletado e reciclado. Os coletores de material reciclado estavam em muitos lugares e havia um contêiner especial para o lixo separado.

A verdade é que o lixo não foi separado pelos participantes nas lixeiras coloridas, e mesmo se fosse, seria juntado em um saco só e arremessado num container sem coleta seletiva nenhuma. Os verdadeiros responsáveis pela reciclagem do lixo do evento, foram dois catadores que coletam latas de alumínio e papelão. José Martins da Silva, 50 anos, pedreiro desempregado há 5 anos; e Jéferson Pereira dos Santos, 36 anos, metalúrgico desempregado há 2 anos, dormem na entrada de um banco da avenida paulista e vendem as latinhas a R$ 2,75 o quilo, e o papelão a R$ 0,30 o quilo. Há um terceiro catador que empresta o carrinho para transportar o material coletado que mora num albergue municipal.

Na quinta-feira eles se alimentaram dos restos de comida que encontraram no contêiner de lixodo evento, e hoje, graças aos 10 quilos de alumínio e aos 110 quilos de papelão que venderam, cada um ganhou 20 reais. Compraram café da manhã, almoçaram marmitex de R$ 7 e ainda tinham dinheiro na tarde de sexta, quando vieram coletar mais papéis e latas. No mesmo dia em queos catadores comiam restos do lixo do evento, os organizadores, palestrantes e VIPs, comiam lanchinhos com tomate seco, espetinhos de queijo de cabra e tomavam champagne caríssimo no coquetel do Steve Johnson.


A empresa contratada para a limpeza do evento (contratada mais de 6 meses antes do início do evento) também presta serviço de coleta seletiva e destina para a reciclagem, mas este serviço não foicontratado pela organização do evento, logo a empresa contratada não teve nenhuma responsabilidade em separar e destinar corretamente o lixo.

A coordenadora do conteúdo do campus verde (contratada 4 dias antes do início do evento), não conseguiu organizar a coleta e destinação do lixo, mesmo porque deveria coordenar as atividades e não a logística do campus verde. Apesar da tentativa de colocar lixeiras de coletaseletiva e uma caçamba para o lixo que fosse separado, o qual seria doado a uma cooperativa de reciclagem.

Espero que a próxima edição do evento não seja tão cinza, e que a empresa de limpeza só realize eventos com coleta seletiva e destinação para a reciclagem. O campus verde se resumiu a poucas palestras sem participação e prêmios do planeta sustentável.

Campus Party 2008 - Muitos olhares em rede e pouca visão sustentável

Por: João Malavolta / Ecobservatório

É dessa maneira que ecobservamos os compuseiros na edição brasileira do Campus Party Brasil 2008 que é considerado o maior evento de entretenimento eletrônico do mundo. Muita gente, muito consumo e muito lixo produzido e com um sistema pouco eficiente de gestão ambiental e informações sobre a questão.

Cerca de 3 mil pessoas participam das atividades que acontecem no prédio da Bienal do Ibirapuera em São Paulo desde o ultimo dia 11. De acampamentos as mais novas tecnologias de informática e robótica, mas a necessidade de “pensar verde” passou longe daqui.

Possivelmente houve uma tentativa de agir local, nessa causa que é global através do Campus Verde, que teria que ter amadurecido para satisfazer a necessidade dos cyber-ativistas ambientais, porém até agora esta sendo apenas um pequeno fragmento espacial dentro da magnitude dos estandes das grandes empresas de mídia que ocupam quase a totalidade do lugar.

O grande desafio do CP-Brasil 2008 é o de otimizar o uso de novas tecnologias para possibilitar o maior entretenimento possível dos participantes, no entanto essa foi uma oportunidade desperdiçada de enraizar a questão ambiental de fato junto aos internéticos campuseiros que estão totalmente atentos as inovações tecnológicas e olham timidamente para a o desafio da preservação ambiental.

Dentro da visão ambientalista muitos dos companheiros dos “Blogs Verdes” estão insatisfeitos com o rumo que as coisas tomaram. Segundo a “Bioguiera” Paula Signorini do blog
Rastro de Carbono, que vem repercutindo os seus “posts” sobre a responsabilidade ambiental do evento. “A ausência de um sistema de gestão ambiental e um programa de sustentabilidade torna o evento irresponsável”.

O entendimento do pensar sobre como e o que podemos fazer para melhorar o ambiente em que habitamos sugere que qualquer ação que mobilize a opinião pública e que articule os cidadãos seja um espaço de fomento de praticas sustentáveis a serviço da cidadania planetária.

De acordo com a editora e design Lyanne Rehder do blog
Viajante Consciente o evento poderia ter utilizado da própria tecnologia para sensibilizar os campuseiros sobre uma conduta sustentável. “Através do envio de e-mails diários com informações “verdes” para os inscritos seria possível torna-los mais educados dentro de um principio de sustentabilidade”.

Contudo desta maneira nos dia atuais vemos um paradigma que nos mostra dois lados opostos. O de nos conformarmos com tudo o que esta acontecendo com o meio ambiente e com as pessoas a nossa volta e se render a um sistema equivocado de existência.

Ou o que tange a nossa resignação para tentarmos uma reação em cadeia, através de ações incisivas no nosso modo de vida e de pensar afim da construção de um novo consciente coletivo voltado a sustentabilidade.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Campuseiros verdes enganados pelo lixo e pelo plantio de árvores

Por: Diego Fernandes

As pessoas que se reuniram para contribuir com a formação do grupo campus verde dedicaram seu tempo a tentar reverter a falta de planejamento, quando na verdade deveriam ter focado suas ações na produção de conteúdo, interação com os campuseiros e consolidação do grupo de discussão criado.


A iniciativa do grupo campus verde no www.groups.google.com/groups/campus-verde já tem participação de dezenas de pessoas, e é o que discutirá as medidas necessárias para implementar nos próximos campus-party ano que vem um campus verde mais sustentável, ético e solidário.

A organização do campus party contratou a empresa de limpeza sem exigir que o serviço de coleta seletiva e destinação adequada dos resíduos do evento. O responsável pela empresa assumiu, quando a situação nos conteineres estava dramática, devido à ação dos catadores, que poderia ter contratado 4 pessoas a mais para cuidar da coleta seletiva, separação e destinação correta dos resíduos parareciclagem, pelo mesmo valor do pacote fechado com a organização. Os organizadores espanhóis não precisam se preocupar com isso na europa, já que todos devem realizar coleta seletiva por lei.

Aqui tiveram um incoveniente, o jeitinho brasileiro da empresa de limpeza, que viu nos estrangeiros desinformados uma oportunidade de lucro. Os encarregados da limpeza desta empresa ganham 30 reais por dia, menos de 10 euros, enquanto na europa, segundo Juán Negrillo, ganham 100 euros.

O evento deveria contratar cooperativas de limpeza, para contribuir com o desenvolvimento sócial além do ambiental. O campus party deve incentivar ações de comércio justo, economia solidária, consumo responsável, utilizando produtos e serviços financeiramente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos.

O plantio de uma muda por participante prometido pela organização ainda não aconteceu, 3।300 mudas devem ser plantadas de acordo com as normas de diversidade de espécies, e preferencialmente emreflorestamento de mata ciliar. Para isso ainda não foi elaborado um projeto, que provavelmente será contratado de entidades de grande porte como SOS Mata Atlantica ou Instituto Socioambiental.

O processo de avaliação do evento também é necessário, pesquisas de opinião e caixa de sugestões devem ser espalhadas, enquetes e formulários publicados na internet para quantificar, qualificar ecomparar o pensamento dos campuseiros, e também de todos interessados em tecnologia.

O Brasileiro é o usuário mais ativo na internet, devemos utilizar as ferramentas de software livre, o ambiente colaborativo, e a acessibilidade dos gerenciadores de conteúdo para divulgar, armazenar e produzir informações. Temos o direito de nos organizar em redes sociais, e deliberar propostas para solucionar problemas comuns, exercendo assim nossa cidadania na única verdadeira democracia nomundo, porque a Internet não é uma rede de computadores, mas uma redede pessoas.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Campus Party e a neutralização de carbono

Por: Paula Signorini / www.rastrodecarbono.blogspot.com

Há o que eu chamo de "desinformação" no Campus Party, quando o assunto é a neutralização de carbono do evento.

Todo mundo sabe que minha opinião sobre neutralização de carbono se apóia, principalmente, em dois fatos:

1) A árvore plantada hoje demorará uns 20 anos para neutralizar as emissões de um evento. É um ser vivo, que pelo simples fato de crescer, acumula carbono em sua estrutura. Para isso, haja fotossíntese. Isso sem mencionar o fato de que não há garantia que a árvore plantada hoje sobreviva por 20 anos sem cuidados maiores como adubação e regas frequentes - uma vez que muitas das vezes só se menciona o "plantio" de árvores e não a conservação delas.

2) Tenho uma idéia bem parecida com a que já postei aqui, do
Cheat Neutral. A neutralização de carbono não redime o poluidor da responsabilidade pela emissão de gases do efeito estufa. O que pode ser feito é, simplesmente, não poluir. A Campus Party colocou no texto de início do Campus Verde: "A Campus Party @ Campus Verde realizará o plantio de uma muda para cada participante do evento.", portanto, se comprometeu e uso como propaganda para o evento, a neutralização de carbono.

Agora,
em post recente no blog oficial do evento, a coordenação desconversa. Diz que a Campus Verde, em parceria com a Software Livre, vai elaborar uma calculadora de carbono, na qual os próprios participantes de evento vão poder planejar suas emissões e neutralizá-las com o plantio de árvores, de acordo com sua consciência.

Diz ainda, que os 3000 campuseiros estariam de qualquer modo conectados em outro lugar, assim como fazem em outros dias, mas se esquecem da emissão de gases do efeito estufa relacionados com outros processos, como som, banners, transporte dos campuseiros até o lugar do evento, lixo produzido, e outros processos que certamente não aconteceriam se cada campuseiro estivesse conectado nos locais de sempre.Esperamos uma posição mais clara sobre este assunto até amanhã.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Campuseiros sustentáveis

A tecnologia é a pílula que salva*, como dizem alguns. Ou, acreditam outros, o futuro é do bem*. São por esses – e mais alguns – motivos que eu estarei acampado na Bienal, em São Paulo, para acompanhar as principais informações da Campus Party Brasil*, considerada a maior festa tecnológica do mundo.

Todo esse otimismo em relação às novas invenções acontece por um simples motivo: cada vez mais esses novos mecanismos ajudam a tornar o planeta um lugar mais sustentável. Carros híbridos e elétricos, laptops baratos para estudantes, informação em banda larga para todos, produção de energia a partir do chão de uma balada. Por mais estranho que às vezes possa parecer, a tecnologia está tornando o nosso mundo muito mais interessante, democrático e prático. Como já afirmaram por aí, a sustentabilidade é a nova tendência de 2008.

O blog Planeta Conectado tentará mostrar todas essas vertentes nesse grande evento que, pela primeira vez em 10 anos, saiu da Espanha para chegar ao país campeão das redes sociais. Sim, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope/NetRatings, o brasileiro gasta 5 horas por mês para navegar pelo Orkut, enquanto fica apenas 1h40 em frente ao computador para ler e responder e-mails.

Nessa edição da Campus Party, o lema que motiva o encontro das 3.000 pessoas que acamparão na Bienal é “a internet não é uma rede de computadores, a internet é uma rede de pessoas”. Nada mais sustentável do que tentar desconstruir a idéia de que a tecnologia – e mais especificamente os computadores – é uma vilã quando se trata de sociabilidade. Um evento como esse vai pelo caminho oposto: promove o encontro, a troca de informações e o contato entre pessoas que possuem os mesmos interesses. O prédio localizado no parque do Ibirapuera está dividido em dez áreas: astronomia, campusblog, criação, desenvolvimento, games, modding, música, robótica, simulação e software livre. Cada uma com uma
programação focada no tema.

O assunto, como dá para perceber, pode ser explorado por diversos olhares, por diferentes pontos de vista. O Planeta Sustentável, então, engajado com a intenção do evento de encontrar pessoas com afinidades em comum, chamou alguns blogueiros sustentáveis para fazer parte dessa grande festa.

Eis os sete que se interessaram e confirmaram presença:

- Patrícia Magrini, do
Meu Ambiente;
- João Guilherme Lacerda, do
Transporte Ativo;
- Débora Menezes, do
Educom Verde;
- João Malavolta, do
Ecobservatório;
- Claudia Chow, do
Ecodesenvolvimento;
- Paula Signorini, do
Rastro de Carbono;
- Giuliana Capello, do
Gaiatos e Gaianos.

A idéia é que, além de conhecerem pessoas novas que possuam interesses semelhantes, façam uma cobertura colaborativa do evento – cada um com seu olhar – e produzam conteúdo por meio do
BarCamp, que é um modelo de desconferência no qual o grande condutor das conversas é um quadro em branco. Por exemplo, um campuseiro (como são chamadas as pessoas que acampam na Campus Party) que gosta do tema mobilidade pode usar o quadro para inscrever o assunto “A influência da tecnologia na mobilidade das metrópoles” em uma sala e um horário específicos e promover esse debate entre os barcampeiros por meio do site.

Já a cobertura colaborativa poderá ser conferida na
página especial para o evento que nós criamos. Conforme os blogueiros forem produzindo posts sobre a Campus Party, nós colocaremos chamadas para que você, leitor, acompanhe essa diversidade de informação. É o começo de uma rede focada na sustentabilidade.

E para as pessoas que estão lá acampadas, o Planeta Sustentável preparou alguns
desafios, como forma de conscientizar os compuseiros presentes. Se os computadores e aparelhos tecnológicos são aliados para tornar o mundo um lugar mais sustentável, eles também geram males ao meio ambiente – como o consumo excessivo de energia e o aumento do lixo. Por causa disso, os concursos criados são uma forma de mostrar às pessoas que mais utilizam esses produtos de que há uma nova maneira, sem desperdício e sem prejudicar o planeta. Confira os desafios que acontecerão em três áreas: criação, desenvolvimento e robótica.

E, em breve, um novo post, diretamente da Bienal e com mais informações dessa grande festa!

Fonte:
http://planetasustentavel.abril.uol.com.br/blog/campus/20080211_lst_assuntos.shtml

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

'Mancha' de lixo põe em risco a fauna no Pacífico


Um volume de lixo plástico com duas vezes o tamanho dos Estados Unidos – e cerca de 100 milhões de toneladas – está flutuando no Oceano Pácífico, colocando em risco a fauna marinha. A revelação foi feita nesta terça-feira por cientistas americanos.

Apelidado de "sopa de plástico", o lixo é composto em grande parte dos chamado material pet,muito usado na fabricação de garrafas. Translúcida, a "mancha" flutua rente à linha das águas, e por isso, é imperceptível aos satélites. Os pesquisadores descrevem que os detritos estão agrupados numa espécie de redemoinho que começa a cerca de 900 quilômetros da costa da Califórnia (EUA). A "sopa" passa pelo Havaí, e se estende até quase o Japão.

Dois fatores contribuem para formação do problema: a ação humana e a própria natureza. Segundo os pesquisadores, um quinto dos resíduos é jogado de navios ou plataformas petrolíferas. O restante vem da terra. No mar, o lixo flutuante é agrupado por influência das correntes marítimas e fica vagando dos dois lados do arquipélago havaiano.

Habitat marinho - Segundo o oceanógrafo David Karl, da Universidade do Havaí, é necessário fazer mais estudos para se determinar com exatidão o tamanho e a origem da "sopa de plástico". O professor pretende coordenar uma expedição para estudar o problema ainda neste ano, pois acredita que o lixo flutuante já formou um novo habitat marinho.

De acordo com o Programa Ambiental das Nações Unidas, detritos de plástico constituem 90% de todo o lixo flutuante nos oceanos. O programas estimada que 46.000 peças de plástico flutuantes provocam a morte de mais de um milhão de aves e de outros 100.000 mamíferos marinhos por ano. Seringas, isqueiros e escovas já foram encontrados nos estômagos de animais marinhos mortos.

Fonte:http://vejaonline.abril.com.br

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