quinta-feira, 31 de julho de 2008

Lançamento da campanha Oceanos do Greenpeace

O lançamento da campanha Oceanos será realizado no dia 09 de agosto no Parque Villa Lobos em São Paulo às 9h.

Essa campanha irá marcar a nova fase do Greenpeace / Brasil na preservação do principal berçario de vida do Planeta, os Oceanos. Para essa empreitada no País o GP fechou algumas parceiras, e entre elas a da ONG Ecosurfi que é a entidade da Baixada Santista que está apoiando a iniciativa.

Desta forma o Greenpeace disponibilizou um onibús (GRATUITO) que sairá de Santos para levar as pessoas e os menbros das entidades do Litoral Paulista interessadas em participar do lançamento oficial da campanha. As atividades do dia irão desde o lançamento do filme da instituição sobre os oceanos até as ações de engajamento pùblico, além das exposições temáticas.


As vagas no onibús são limitadas, reserve a sua ou da equipe o quanto antes!
Contatos: 13 9751 0332
www.ecosurfi.blogspot.com
e-mail: joaomalavolta@gmail.com

terça-feira, 29 de julho de 2008

Entre nessa Onda!!!

No próximo dia 09 de agosto será lançanda a campanha de Ocenos do Greenpeace no Parque Villa Lobos em São Paulo às 09hs.

Estão previstas atividades de engajamento público, mostra de video e a apresentação dos diversos materias informativos sobre as ações da campanha.

Participe...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

China disfarça poluição durante Olimpíadas

Por: Sabrina Domingos

Arranha-céus, auto-estadas e lojas famosas - as novidades do mundo moderno chegam à China e se proliferam em tempo recorde, assim como os níveis de poluição. No país em que os direitos individuais muitas vezes são deixados de lado em nome do crescimento econômico, os operários migrantes das áreas rurais trabalham 24 horas por dia, sete dias por semana, nos canteiros de obras para deixar prontas as construções desenfreadas de prédios, pontes e estradas. As largas avenidas (ampliadas em 300 vezes nos últimos 20 anos) alimentam a vontade de se comprar carros e fazem da China o segundo maior mercado para indústria automotiva.

Como resultado dessa corrida para liderar o mundo, o país - que abriga 16 das 20 cidades mais poluídas do mundo - já alcançou os Estados Unidos em volume de emissão de dióxido de carbono e, em 2010, será oficialmente o maior emissor de CO2 do planeta.

Toda essa realidade será, de certa forma, maquiada durante os Jogos Olímpicos de Pequim 2008. Com a ameaça de algumas provas de resistência ao ar livre serem suspensas em função da péssima qualidade do ar, o governo determinou ações para reduzir os índices de poluição na cidade olímpica.

No último domingo iniciou-se um rodízio nas ruas que deixará mais de um milhão e meio de automóveis sem circular até 20 de setembro. Com retirada de metade dos veículos das ruas de Pequim, as autoridades municipais esperam reduzir em 63% a emissão de poluentes.

A proibição de tráfego soma-se à outra, aplicada no início de julho, que retirou de circulação 300 mil veículos considerados altamente poluidores. Para compensar os trabalhadores que dependem de carro para ir ao trabalho, foram inauguradas três novas linhas de metrô e colocados em operação mais 1.500 ônibus que circularão por 34 linhas adicionais.

A medida não afetará a mobilidade de atletas, organizadores ou imprensa, já que os veículos olímpicos dispõem de uma via especial de 265 quilômetros ligando os estádios, a cidade olímpica e os hotéis.

O pó também será varrido da cidade. O governo determinou a paralisação de todas as obras da construção civil - o que também aliviará a poluição sonora. Além disso, mais de 150 empresas altamente poluentes (entre petroquímicas, fundições e de cimentos) precisarão reduzir ou interromper as atividades. A medida obrigará uma enorme massa de trabalhadores imigrantes a voltar para as províncias na área rural do país, o que servirá para disfarçar as diferenças sociais gritantes principalmente em Pequim.

O problema é que as iniciativas são temporárias. Ao final dos jogos, os operários do interior voltam a trabalhar nos canteiros de obras, os carros voltam a circular nas ruas e os níveis de poluição voltam a ser inaceitáveis.

O doutor em Geografia e Organização do Espaço, Hoyêdo Nunes Lins, acredita que transformar essas medidas em procedimentos de longo prazo implicaria em investimentos maciços, ou então na revisão do modelo de crescimento econômico chinês, calcado em produção industrial de trajetória vertiginosa.
"Não acredito que o governo esteja disposto a rever o modelo, que tem outorgado à China a proeminência que se conhece. Assim, restam os investimentos...", entende Lins, e acrescenta: "Os primeiros movimentos após as Olimpíadas serão indicadores do que o governo chinês realmente pensa sobre a problemática ambiental".

Resta ao mundo esperar e torcer para que consciência olímpica incentive uma mudança de atitude mais consistente.

Fonte: CarbonoBrasil

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Quem conhece o problema é quem vive o problema!

Por: Marina Silva / De Brasília (DF)

Florestas não são apenas estatísticas. Nem apenas objeto de negociações, de disputa política, de teses, de ambições, de pranto. Antes de mais nada, são florestas, um sistema de vida complexo e criativo. Têm cultura, espiritualidade, economia, infra-estrutura, povos, leis, ciência e tecnologia. E uma identidade tão forte que permanece como uma espécie de radar impregnado nas percepções, no olhar, nos sentimentos, por mais longe que se vá, por mais que se aprenda, conheça e admire as coisas do resto do mundo.

Vivi no seringal Bagaço, no Acre, até os 16 anos. Tenho pela floresta muito respeito e cuidado. Quem conhece a mata, não entra de peito aberto, mas com muita sutileza. Ali estão o suprimento, a proteção e os perigos.

E também o mistério, algo não completamente revelado. Vidas e formas quase imperceptíveis. O encontro, a cada momento, de um cipó diferente, uma raiz, uma textura, uma cor, um cheiro. A descoberta dos sons. Até o vento na copa das árvores compõe melodias únicas, de acordo com a resistência oferecida pela castanheira, a samaúma, o açaizeiro.


Na minha infância, o som que achava mais bonito era o do período da florada das castanheiras. A castanheira é polinizada por uma abelha enorme, o mangangá. Imaginem centenas de mangangás entrando nas flores para tirar o néctar! Como a flor é côncava, na hora de sair têm que fazer uma força extraordinária nas asas, num vôo de frente pra trás, que provoca um barulho de máquina potente e rouca. Uma de minhas primeiras lembranças do mundo é do barulho dos mangangás na copa da castanheira ao lado do terreiro da nossa casa.

Embora para muitas pessoas a floresta possa parecer homogênea, sempre a vi como espaço de diversidade. Gostava de prestar atenção em pequenas coisas, como formigas levando folhas para o buraco. O caminho das formigas era bem limpinho, parecia varrido. A estrada de seringa era cheia de folhas, tocos, raízes, de espera-aí, um espinho de rama que arranha a perna quando a gente passa. E eu imaginava como seria bom ter uma estrada de seringa limpa como o caminho das formigas!

Outra formiga, a tucandeira, tem uma ferroada tão dolorosa que não dá nem para explicar. Mas havia também uma razão mítica pra temê-la. Meu tio Pedro Mendes, que durante muito tempo conviveu com os índios do Alto Madeira, dizia que as tucandeiras viravam cipó de ambé. Se morresse uma na copa da árvore, o corpo virava a planta e as pernas viravam os cipós. Quando se era mordido de tucandeira, a primeira coisa a fazer era procurar um cipó de ambé, cortar e beber a água porque ela era o antídoto. Não sei se era mesmo, mas ajudava a aliviar a dor.

Meu tio ensinava coisas em que a gente acreditava profundamente. Ele dizia que se a gente se perdesse e visse uma borboleta azul, era só segui-la que ela nos levaria para a clareira mais próxima e de lá acharíamos o caminho de casa. Essa borboleta é linda, enorme, quase do tamanho da mão. Nunca vi um azul igual. Que, aliás, é marrom. Os pesquisadores do INPA descobriram que ela tem uma engenharia de disposição das escamas das asas que faz com que, na incidência de luz, se tornem azuis.

Depois entendi porque nos levava para casa. Porque gosta de pousar em frutas como banana e mamão maduros, já bicadas pelo passarinho pipira. Quando sente fome, procura a primeira clareira onde haja um roçado de frutas. E lá perto, certamente haverá uma casa. São coisas que parecem crendice, mas há conhecimento científico associado, obtido pelo mesmo princípio do método acadêmico: observação sistemática dos fenômenos.

Antes de existir Ecologia como ramo do conhecimento ou ambientalismo como movimento, o sistema da floresta já tinha suas normas, o seu "Ibama" natural, sua sustentabilidade, por meio de um código mítico que funcionava como legislação de proteção da mata e das formas de vida que a habitavam. Não se podia pescar mais do que o necessário, porque a mãe d´água afundaria a canoa. Não se podia caçar demais porque o caboclinho do mato daria uma surra. Não podia matar animal prenhe porque a pessoa ficaria panema, ou seja, sem sorte. E para tirar o azar seria preciso um ritual tão complicado que era preferível deixar o bicho em paz.

As práticas de acesso aos recursos da floresta, mediadas por esse código mítico, acabavam levando a um alto grau de equilíbrio. Só se caçava quando acabasse a carne seca pendurada no fumeiro do fogão. Logo, se não se podia caçar em excesso, não havia carne para venda, só para o próprio consumo. Contrariada essa norma, o caboclinho do mato castigaria o infrator com uma surra de cipó de fogo com nó na ponta. A pessoa apanhava mas não conseguia se defender porque não via a entidade. Ficava toda lanhada, com febre. Até o cachorro, se acuava uma caça desnecessária, começava a pular e ganir de dor. Era o caboclinho disciplinando o animal.

Os relatos eram inúmeros e me deixavam com muito medo de andar pelo mato. Superava-o, em primeiro lugar, cumprindo à risca as leis míticas. Além disso, desde criança tenho uma fé imensa e achava que, sendo justa com a natureza, Deus me protegeria.

E mesmo com todo esse medo, minhas irmãs e eu gostávamos de andar pela floresta porque lá a gente se divertia muito. Por exemplo, fazendo balanço de um cipó muito resistente, em árvores que chegavam a trinta metros de altura. Pescar nos igarapés, colher bacuri, abiu, taperebá, ingá, tucumã, cajá, era muito bom.
Era um mundo de sabedoria tradicional, de organização social e cultural inseparável da existência da floresta. Até que um dia chegaram as motoserras e tratores e desconstituiram os códigos míticos, criando a necessidade crescente do aparato legal que, por não estar dentro do homem, precisa de instituições e mecanismos para implementá-lo. Não foi à toa que a primeira grande operação de combate a desmatamento feita pela Polícia Federal, envolvendo 480 agentes, no estado de Mato Grosso, foi batizada de Operação Curupira.

Se abríssemos hoje nossa sensibilidade para os valores da floresta, talvez se tornasse mais fácil redefinir o que entendemos por qualidade de vida. Quem sabe, pode estar faltando uma enorme borboleta azul para nos conduzir para casa, onde os frutos de nossas decisões sempre nos aguardam em mesa farta.
Marina Silva é professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre e ex-ministra do Meio Ambiente.

Fonte: Terra Magazine

quinta-feira, 24 de julho de 2008

AMAZÔNIA: Ado Ado Ado reserve o seu quadrado!!!

Por: João Malavolta / Ecobservatório

Sem sombra de dúvida o video a seguir é um atentado especulativo e "Real" a soberania brasilera no que tange os nossos direitos como cidadãos sobre a maior floresta tropical do Planeta, a AMAZÔNIA.

E citando o utopista de "memória futura" - Raul Seixas - "A Amazônia é o jardim do quintal e o dólar deles pagam o nosso mingal".

Assistam e tirem as suas conclusões.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Surf nas ondas da preservação


Por Davi Jesus / Fonte: www.waves.com.br
O S.O.S. Gravatá acontece no próximo domingo (27/7) na praia Mole, Florianópolis (SC).

Surf, música e conscientização ambiental estão entre as atrações do evento, que começa a partir das 10 horas.

Surfistas profissionais fazem a alegria da galera numa competição por equipes. Também rola uma caminhada ecológica até a Prainha do Gravatá, além de shows com músicos locais.

O costão direito da praia Mole, conhecido como Canto do Gravatá ou Cabeça do Dragão, corre o risco de ter sua paisagem descaracterizada por um empreendimento imobiliário.

Por isso foi criado o S.O.S. Gravatá, um movimento social que tem como objetivo a luta pela preservação da natureza deste patrimônio catarinense.

Para obter mais informações, visite o site sosgravata.org

terça-feira, 22 de julho de 2008

Quem segura o Minc?!

Licença para construção de Angra 3 sai nesta quarta-feira
Fonte: Da Agência Brasil

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse hoje (22) que a licença prévia para retomada da construção da Usina Nuclear de Angra 3 será concedida amanhã (23) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Ele garantiu que a licença trará exigências "brutais", como a solução definitiva para o lixo nuclear que será produzido pela usina. Segundo Minc, também será exigido o monitoramento da radiação que deverá ser feito por uma fundação universitária ou empresa independente.

A empresa responsável pela obra também deve resolver as questões de saneamento das cidades de Angra dos Reis e Paraty, ambas no Rio de Janeiro, adotar o Parque Nacional da Serra da Bocaina (localizado na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo), além de realizar ações ligadas a educação ambiental.

Segundo Minc, a concessão da licença de instalação da obra vai depender do cumprimento dessas exigências pela empresa responsável. A construção da usina deve ser retomada em setembro.

"Nosso papel é dar a licença prévia, e isso será feito com exigências brutais", afirmou o ministro. Sobre o monitoramento da radiação, ele disse: "Não vai ser a própria Eletronuclear que vai dizer se está ou não vazando água contaminada".

Minc participa de reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no Ministério de Minas e Energia.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A Saga da Amazônia

Da simplicidade de alguns desenhos, a melodia de um poeta do povo a preocupação de toda uma Humanidade algoz de si mesma.


quarta-feira, 16 de julho de 2008

Ecobalada reúne a galera no aniversário da Ecosurfi

Por: João Malavolta / Ecobservatório

No último dia 05/07 a ONG Ecosurfi comemorou em grande estilo o 8º aniversário de sua fundação, a festa foi embalada ao som da banda de surf music Magrila e dos Dj`s Nappa e Coimbra que tocaram o melhor do Full On e Electro.

O espaço escolhido para a festa foi à danceteria Boing Loco, localizada na Praia do Sonho em Itanhaém. Cerca de 800 convidados prestigiaram o evento que teve seu inicio às 23hs e terminou com o raiar do dia no domingo.

A Ecosurfi fez a festa, mas quem levou os presentes foram os convidados que concorreram a sorteios de Prancha de surf, Tatuagem e camisetas da entidade.

Confira os melhores momentos da Ecobalada:


terça-feira, 15 de julho de 2008

Ser surfista não é sinônimo de ser sustentável?!

Você deve estar se perguntando: “Mas como assim?”.

É bem isso, as pranchas de surfe tradicionais são uma bomba tóxica para o meio ambiente, a combinação inclui: 100% de petróleo, 100% tóxicas sendo elas 100% não-degradáveis e 99,9% na ativa hoje no Brasil .

E foi por este motivo que o carpinteiro e surfista Kiko Horácio em conjunto com o designer industrial Tiago Matulja criou-se as primeiras pranchas sustentáveis do Brasil. Usando os princípios das pranchas criadas em 1926 pelo norte-americano Tom Blake, as pranchas ocas e 100% de madeira foram criadas revolucionando uma época.

Os criadores deste projeto sustentável conseguem criar pranchas com galhos, troncos e qualquer madeira encontrada aonde moram, cercado pela mata. Mas não para por aí, eles substituíram a resina tradicional pela resina vegetal biodegradável.

Para obter mais informações sobre este projeto acesse: http://florasurfboards.blogspot.com.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Acordo de Convivência motiva bom relacionamento na Com-Vida

Por: João Malavolta / Ecobservatório



Buscando ampliar a visão e o entendimento sobre valores fundamentais para uma boa relação humana, os alunos do programa de Educação Ambiental – Conexão Braço de Orion 001 que está sendo desenvolvido na EM Maria Aparecida Soares Amêndola em Itanhaém / SP, vem se empenhando em discutir questões como responsabilidade e compromisso. O enfoque das oficinas oferecidas nas ultimas aulas foi o de buscar construir conjuntamente com os jovens aprendizes respostas para a pergunta: “Quais são os nossos desejos para uma boa convivência”.

Enfatizando a necessidade de construir coletivamente a proposta para harmonizar o convívio, foi discutido entre os educandos o que representa as palavras Responsabilidade e Compromisso. Frases como, “Cuidar de si mesmo, não maltratar os mais velhos e ter responsabilidade com seus atos” e “Cumprir com o dever da escola e do trabalho e usar camisinha contra a Aids” foram algumas das propostas que saíram das discussões feita pelos alunos.

Após o entendimento do que de fato representa as palavras responsabilidade e compromisso para os jovens e assistido o filme que trata sobre a “Carta das Responsabilidades Humanas”, cerca de 23 propostas foram relatadas e subsidiariam o que viria ser a base conceitual da construção do “Acordo de Convivência”, dos alunos para os alunos.


Divididos em grupos, foi perguntado quais seriam os seus desejos para que exista harmonia no desenvolvimento das atividades da Com-Vida. As respostas foram as mais diversas possíveis, no entanto foi demonstrado o quanto os conceitos básicos de convívio edificaram o entendimento sobre princípios de boa relação mutua.

Entre os desejos que foram expostos estão: “Assumir o erro perante o grupo”, “Respeito quando alguém estiver falando, ouvir primeiro e depois perguntar ou opinar”, “Não ter vergonha de expor suas idéias”, entre outros.

As impressões desta oficina possibilitaram um conjunto de entendimentos que foram sistematizados para facilitar o funcionamento do programa e deram origem há um documento que está sendo mantido como eixo estruturante para uma boa relação pessoal nas atividades semanais.

Uma vez que todos ajudaram a construir e concordaram com o teor das sugestões, tornan-se responsáveis pelo cumprimento e difusão do acordo.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Ecobalada agita aniversário de 08 anos da Ecosurfi


Por: João Malavolta / Ecobservatório

No próximo sábado (05/07) acontece em Itanhaém / SP a Ecobalada, festa em comemoração aos 08 anos de fundação da ONG Ecosurfi.

Entre a programação da Ecobalada está à apresentação da banda de “surf music” paulista Magrilla, que traz em seu repertório músicas que embalaram a comunidade do surf nos anos 80 e 90 como, Overkill do Men At Work - (1983) e Come Any Time - Hoodoo Gurus, além do melhor da balada eletrônica com os Dj´s Nappa e Coimbra que trazem na bagagem as batidas do Progressive House e do Electro.

A Ecobalada também será marcada pelo lançamento do documentário “Clean Up the World” produzido pela Ecosurfi e que conta em suas imagens as ações da ONG na defesa da área costeira no estado de São Paulo.

Outra novidade será a apresentação do Blog Ecosurfi que vai ter o papel de “diário de bordo” da entidade, trazendo todas as atividades semanais dos dirigentes da Ecosurfi e servir de canal para expressar informações sobre a temática ambiental em todos os níveis. A novidade do Blog Ecosurfi está na dinâmica e interatividade que os navegadores da WEB terão em se informar sobre como atua a Ecosurfi através do mural para sugestões e criticas.

As primeiras 100 pessoas que entrarem na festa terão direito a um ponche de “Melancia Atômica” na faixa. Todos os participantes da festa estarão concorrendo ao sorteio de uma prancha de surf, tatuagens e camisetas Ecosurfi.

Local: Boing Loco – Praça Aurélio Ferrara, 17 Praia dos Sonhos / Itanhaém – SP
Maiores informações: (13) 9751 0332 / 9718 8807 / 9754 4474

Sobre a Ecosurfi

Constituída em 2000, a Ecosurfi é uma ONG (Organização Não Governamental) sem fins lucrativos idealizada e fundada por surfistas e que trabalha a Educação Ambiental como principio norteador, a qual incorpora pessoas de diversas áreas de atuação, que se comprometem com o desafio da conservação e preservação do ecossistema costeiro brasileiro.

Missão:

Contribuir para o enraizamento de uma Educação Ambiental crítica emancipatória e participativa sob a perspectiva transversal na sociedade brasileira, com vistas a construir a sustentabilidade planetária, o resgate e proteção da qualidade da vida e o aprendizado intergeracional.

Para saber mais acesse:
www.ecosurfi.org
www.ecosurfi.blogspot.com

MPF recorre e pede suspensão do licenciamento do Porto Brasil

Por: Marcelo Oliveira e Bruno Zani / Procuradoria da República no Estado de S. Paulo

Projeto do porto inclui a implantação de um parque industrial de 19,5 milhões de metros quadrados. Complexo pode ser erguido sobre área indígena reconhecida pela Funai

O Ministério Público Federal em Santos recorreu da decisão da Justiça Federal que negou liminar para suspender o licenciamento da construção do complexo portuário Porto Brasil, enquanto não for concluído o processo de demarcação da área indígena de Piaçaguera no município de Peruíbe (litoral sul de São Paulo). A terra indígena foi identificada e delimitada pela FUNAI em 2002, entretanto a empresa LLX, de Eike Batista, deseja construir o complexo sobre a área.

No recurso (agravo de instrumento), os procuradores da República em Santos Luiz Antonio Palácio Filho e Luís Eduardo Marrocos de Araújo reiteraram os pedidos da ação civil pública proposta em abril e pedem liminar para que o Estado de São Paulo, por meio da Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), suspenda o procedimento de licenciamento ambiental do empreendimento.

O MPF propôs a ação em conjunto com a Funai. No recurso, o MPF requer também que a empresa LLX seja proibida de entrar na terra indígena de Piaçaguera e de abordar seus integrantes sem a formal autorização e presença da FUNAI, como prevê a lei.Além disso, é pedido que a empresa não faça publicidade do complexo e não proceda qualquer ato para realizar o licenciamento, como executar estudos ou protocolar petições em quaisquer órgãos públicos.

Por fim, se a liminar for concedida, o MPF quer que se aplique multa de pelo menos R$ 100 mil para o descumprimento dos pedidos.Os procuradores da República Luiz Antonio Palacio Filho e Luís Eduardo Marrocos de Araújo não concordam com a decisão da juíza Simone Karagulian, da 3ª Vara Federal de Santos, que substituía o juiz natural do processo. Para o MPF, a juíza não analisou corretamente a documentação contida nos autos.

NOVA CUBATÃO - Para o MPF, a juíza não percebeu que o que está sendo objeto de licenciamento não é apenas um porto, mas um parque industrial projetado para a instalação de inúmeras indústrias poluidoras, denominado Complexo Industrial Taniguá.

O projeto abrange uma faixa territorial que se inicia no litoral de Peruíbe estendendo-se dezenas de quilômetros adentro em direção à Serra do Mar, ocupando uma área de 19,5 milhões de metros quadrados. "O Porto Brasil é uma nova Cubatão", afirmam os procuradores.A juíza que negou a liminar admitiu, indevidamente, que o empreendimento poderia ser construído no local sem prejuízo aos índios que vivem na região.

A própria LLX, entretanto, admitiu que o sucesso do empreendimento depende do resultado do processo de demarcação da Terra Indígena Piaçaguera. Inclusive, para lançar ações na bolsa de valores, a empresa elaborou um documento admitindo que o êxito do negócio só se daria com a saída dos índios, que detêm a posse tradicional da área.

"Para que os índios não fossem afetados pela implantação do projeto, a única alternativa possível seria a alteração do local escolhido para instalação do megaempreendimento", afirmam os procuradores.Além disso, a decisão de primeira instância desconsiderou que Piaçaguera é uma terra indígena reconhecida pela FUNAI desde o ano de 2002, quando foi publicado o ato oficial de identificação e delimitação.

Apesar de impugnações das partes contrariadas, o ato oficial continua em vigor, reconhecendo que as terras são tradicionalmente ocupadas, segundo os usos, costumes e tradições do povo Guarani. Para o MPF, se há qualquer dúvida sobre a presença dos índios na área, o lado mais fraco deveria ser levado em conta.

"Ora, ainda que houvesse dúvida a respeito da tradicionalidade, essa dúvida haveria de ser resolvida em favor da parte hipossuficiente, a qual corre risco sério e irreversível à sua própria sobrevivência e jamais à parte mais forte que não corre risco iminente algum", destacaram os procuradores."Se a licença de instalação para o empreendimento chegar a ser concedida, a presença indígena estará excluída e a demarcação, interrompida.

Por outro lado, se o licenciamento for suspenso até que ocorra a demarcação, nada impede que o empreendimento seja rediscutido em novas bases no futuro", afirmam os procuradores.A juíza afirmou na decisão que não existiu ilegalidade na atuação da Administração Pública que justifique a paralisação do processo de licitação que tramita na Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).No recurso, o MPF ressalta que a Sema não observou que o empreendimento seria implantando em área indígena.

O plano de trabalho foi protocolado junto ao Departamento de Avaliação e Impacto Ambiental (DAIA) em outubro de 2007. No entanto, o plano de trabalho só foi encaminhado ao Ibama e à Funai em 16 de maio deste ano, quase dois meses após o juiz do processo, Antonio André Muniz Mascarenhas de Souza, da 1ª Vara Federal de Santos, conceder liminar em ação cautelar movida pelo MPF que suspendeu a audiência pública marcada para discutir o empreendimento com os índios.

PLANO NEBULOSO - A Constituição proíbe a remoção dos índios de suas terras, sendo vedada qualquer negociação relativa à posse das terras indígenas. Apesar disso, a empresa LLX resolveu persuadir os índios a assinarem um documento em que desistiriam da posse de suas terras.O MPF apurou que a LLX utilizou o antropólogo José Borges Gonçalves Filho, o Cabelo de Milho, para iniciar, de maneira irregular e sem autorização da Funai, o trabalho de aproximação da empresa com as lideranças da comunidade indígena.

Depois de criar laços com a tribo, o antropólogo levou a indígena Catarina a uma reunião com o advogado Ubiratan de Souza Maia, de origem indígena, que se apresentou como advogado da Funai e mostrou a ela uma série de documentos que demonstravam que a aldeia havia perdido suas terras de modo definitivo, inclusive no Supremo Tribunal Federal, o que não procede.Como solução para a "perda de terras", Maia e Cabelo de Milho sugeriram que Catarina convencesse a comunidade a fazer um negócio com a empresa LLX: os indígenas assinariam um documento no qual a comunidade desistiria da posse das terras e a empresa lhes daria uma fazenda produtiva, veículos, salário e outros benefícios.

Os prepostos da empresa também ameaçaram expulsar os índios da terra, afirmando terem a titularidade definitiva da área, o que também não procede. Depois das propostas e ameaças, o conflito entre os indígenas que vivem na região começou. Muitos passaram a temer perder sua casa. Outros, encantados com a proposta, sonhavam com a fazenda, carros e salário.

A liderança da aldeia resolveu, então, ouvir a proposta da empresa e marcou uma reunião.A então coordenadora-geral de defesa dos direitos indígenas da FUNAI, Azelene Inácio, acompanhou, sem autorização da FUNAI, o diretor de desenvolvimento da LLX, Salomão Fadlalah, e outros funcionários da empresa na reunião ocorrida na aldeia. Azelene ajudou Salomão a convencer os índios, dizendo que não deveriam confiar na FUNAI, porque a demarcação das terras jamais iria sair.

Nessa situação, o melhor seria aceitar a oferta da LLX, evitando serem despejados sem direito algum. Dias depois, Azelene foi exonerada do cargo que ocupava na FUNAI.Foi após o MPF receber informações sobre a possibilidade de conflito entre os guaranis que os procuradores propuseram a ação cautelar e a Justiça Federal determinou a suspensão da audiência pública.

O MPF apurou que poderia haver conflito violento durante a audiência pública entre o grupo convencido pela empresa LLX e o grupo que deseja permanecer na aldeia.

ascom@prsp.mpf.gov.br

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Com-Vida em Itanhaém lança blog

Por: João Malavolta / Ecobservatório

Blog educomunicativo é criado para difundir e expressar as ações socioambientais realizadas no programa de Educação Ambiental Braço de Orion 001 na cidade


Após dois meses desde o inicio do programa Braço de Orion 001, que se trata da formação de Com-Vida (Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida) nas escolas, o programa realizado na EM Maria Aparecida Soares Amêndola em Itanhaém/SP, vem se destacando como exemplo de práticas socioambientais participativas na formação de valores sociais entre os alunos.

Desde o inicio das atividades nos mês de abril oficinas de educomunicação, reencantamento humano e educação ambiental vêm sendo oferecidas aos 41 aprendizes do programa. Entre os objetivos da Com-Vida estão o de criar na escola espaços dos alunos para os alunos, mobilizar o debate sobre as questões socioambientais da comunidade, além de enraizar práticas participativas em busca da melhoria da qualidade de vida sob os princípios de que “jovem educa jovem” e “jovem escolhe jovem”.

Para expor as formas e maneiras de como o processo educacional do programa é realizado e incorporado no dia-a-dia da escola o blog:
www.com-vidaitanhaem,blogspot.com foi criado para ser mais uma ferramenta de expressão das ações realizadas em Itanhaém.

No espaço virtual criado será possível acompanhar todo o andamento do programa e trocar informações com outros projetos afins, bem como possibilitar aos navegantes a sugestão de criticas e comentários sobre as formas que a educação socioambiental no Brasil é conduzida.

Entre as inovações que o blog traz está o mural de recados que serve como “janela” criativa para os alunos da Com-Vida postarem comentários e expor suas duvidas junto a equipe técnica do programa.

O Programa de Educação Ambiental – Projeto Braço de Orion 001 é gerido a nível estadual com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), tomados pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas, e em Itanhaém é executado pela Equipe Técnica de Educação Ambiental formada por Técnicos da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes e Departamento de meio Ambiente. São parceiros estratégicos do Programa a REJUMA – Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade, a REBEA - Rede Brasileira de Educação Ambiental, REPEA – Rede Paulista de Educação Ambiental, REABS – Rede de Educação Ambiental da Baixada Santista, Rede Paulista de Agendas 21 Locais e Rede de Agendas 21 do Litoral Paulista, Carta das Responsabilidades Humanas, Green Map System e GYAN - Global Youth Action Network.

Mais informações acessar www.flechadeluz.org.

Fonte
Conexão Braço de Orion
www.flechadeluz.org

Blog Com-Vida Itanhaém
www.com-vidaitanhaem.blogspot.com

Licença Copyleft - É permitida a reprodução parcial ou total do conteúdo, menos para fins comerciais, desde que citada a fonte.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Via Campesina ocupa Votorantim em SP

Por: Camila Mello

Numa manifestação pacífica, ocupando apenas o saguão do prédio da Votorantim/CBA/CPFL no centro de São Paulo, vejam o que a PM paulista é capaz de fazer com a população do Vale do Ribeira e de apoiadores desta luta desigual (Governo Federal+Governo Estadual+Grandes Empresas) x (Povo+Organização Populares) contra a construção da Barragem de Tijuco Alto.



Houve espancamento gratuito, diversos feridos e 5 detidos. Tudo por que não queremos uma devastação das comunidades e da Mata Atlântica do Vale do Ribeira, em favor de uma única pessoa. Detalhe: esta pessoa é a pessoa mais rica do Brasil.

Divulguem mais esta injustiça do Governo de São Paulo e a truculência de sua criminosa polícia, que jogou bombas de efeito moral em espaço fechado, o que é proibido pelo próprio fabricante.

A Polícia Pública não protege o povo, protege o grande empresário.

Mais notícias, acompanhe no blogue:
http://terrasimbarragemnao.blogspot.com/

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O outro lado do Projeto Porto Brasil

Defendendo o Verde

Votorantim: uma história de degradação ambiental e social

O atual modelo econômico quer transformar os alimentos, a energia e todos os recursos naturais em mercadorias para atender aos interesses, ao lucro e à ganância das grandes empresas multinacionais. O grupo Votorantim é uma dessas empresas que atuam em vários setores industriais, apropriando-se da terra, das águas, dos minerais e da biodiversidade, privatizando o que é de todos.

Os lucros extraordinários da empresa provêm do tipo de ação desenvolvida e, em sua prática, explora os recursos públicos nacionais e degrada o meio ambiente.

Por que protestamos contra a Votorantim?

- A Votorantim Metais é responsável pelo despejo de metais pesados como zinco e chumbo no rio São Franscisco, na região de Três Marias/MG. Os níveis de zinco na água estão cinco mil vezes acima do tolerável.

- A Votorantim é uma grande produtora de papel e celulose e responsável por enormes plantações de eucalipto que se transformam em verdadeiros desertos verdes, substituindo a terra que devia ser para produção de alimentos. A Votorantim utiliza 121,2 mil hectares em São Paulo para o monocultivo de eucalipto

- A Votorantim consome cerca de 4% de toda a energia elétrica produzida no país, o que corresponde ao consumo de energia de um estado como Pernambuco, com 8 milhões de habitantes.

- A energia consumida é utilizada na produção de minérios e celulose, em sua grande maioria voltados para a exportação.

- Em barragens que a Votorantim é sócia, tem sido utilizada a prática da fraude ambiental, como no caso da Barragem de Barra Grande (divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina). Para a construção dessa barragem, as empresas fraudaram o relatório de impacto ambiental, escondendo a existência de 5 mil hectares de mata atlântica nativa, que foram destruídos e inundadas.

- A Votorantim Energia possui metade das ações da VBC Energia, principal controladora da CPFL, empresa que distribui energia elétrica no interior de São Paulo.

- A CPFL vende a energia para as famílias por um valor até sete vezes maior do que o preço de custo da energia. Além disso, não divulga o direito à Tarifa Social para quem consome até 220 kwh/mês. Neste caso, a Votorantim explora as famílias mais pobres das cidades.

- Por 20 anos, o Grupo Votorantin tenta implementar a barragem de Tijuco Alto no rio Ribeira de Iguape, que corta os estados de São Paulo e Paraná. Esta é a região mais preservada de Mata Atlântica do Brasil, sendo considerada a Amazônia do Sudeste. A resistência das comunidades locais e das organizações sócio-ambientais tem evitado a concretização do projeto.

- A Votorantim quer fazer barragens no último rio vivo e livre do estado de São Paulo. Quer fazer mais quatro barragens que inundarão uma área de 11 mil hectares. Um dos objetivos da construção da barragem de Tijuco Alto é a ampliação da capacidade de produção e exportação de alumínio na região de Sorocaba (SP).

- Com a alta dos preços dos alimentos, o valor da cesta básica de São Paulo passou a ser considerado o 2ª maior do país, custando R$ 233,92. Um dos fatores que têm contribuído para esse aumento é o domínio das transnacionais no setor agrícola brasileiro. O grupo Votorantim tem grande participação nisso

Por tudo isso, ocupamos o prédio da Votorantim e milhares de pessoas, do campo e da cidade, estão mobilizadas, entre os dias 10 e 13 de junho, contra o avanço das grandes empresas transnacionais, que controlam nossa agricultura, consomem grande parte da nossa energia, degradam o meio ambiente e contribuem para a pobreza do povo brasileiro.

Viva a luta do povo brasileiro!

Via Campesina - Assembléia Popular.

Fonte:http://www.correiocidadania.com.br:80/content/view/1927/

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Movimento em Defesa da Sociobiodiversidade da Mata Atlântica é lançado no Dia do Meio Ambiente

Por: João Malavolta / Ecobservatório



Mantendo uma tradição histórica na luta pela preservação da Mata Atlântica, a Baixada Santista se levanta novamente contra a degradação do Bioma. Desta vez um “Mega Porto” quer vir abrir ferida no maior corredor de biodiversidade do Planeta.

Desde a década de 80 a reminiscência preservacionista e conservacionista move indivíduos pertencentes à região de Peruíbe e Itanhaém na luta pela preservação socioambiental. No passado, ações para deter a vinda de
usinas nucleares para a região foram a bandeira que uniu ambientalistas, artistas e políticos da época na busca para frear a ameaça do modelo de desenvolvimento que não respeita os povos e comunidades tradicionais.



Nomes que hoje são referências no cenário ambiental ainda inspiram a juventude ambientalista na região. Entre esses ícones do movimento do passado está o professor
Ernesto Zwarg, que de forma heróica empunhou a bandeira da Juréia Itatins se opondo à degradação que o empreendimento atômico traria para o lugar e com sua luta conseguiu fazer o debate sobre se havia de fato a necessidade de Usinas Nucleares no mais belo e preservado reduto de Mata Atlântica do Brasil, o litoral sul paulista.


Naquela época muito se fez, e pouco se sabia sobre a importância daquela região em comparação ao conhecimento que se tem hoje. A Mata Atlântica é o metro quadrado mais biodiverso da Terra e também um dos mais ameaçados, não perdendo para nenhum outro.

Desde anfíbios endêmicos a onças, que são os mamíferos do topo da cadeia alimentar, habitam as suas matas, tornando-a o segundo
hotspot do Globo atrás apenas das Florestas Tropicais da Indonésia.

Nascentes de rios cortam os vales e abastecem as cidades de água potável. Sabe-se também que mais de 70% da população brasileira mora no entorno de áreas que possuem ou possuíam a Mata Atlântica, e que hoje devido aos ciclos econômicos pelos quais o País passou, da extração da madeira, cultivo de café, minérios a cana de açúcar, agropecuária entre outros, contribuíram para que restassem hoje apenas 7,26% (97.596 km²) do total existente na época da “invasão” do Brasil em 1500, e que cobriam 17 estados brasileiros com um total de 1,3 milhões km² de mata nativa.

Como nos anos anteriores ameaças sobre a área de floresta ainda insistem em surgir devido a interesses individuais que não respeitam as relações humanas e coletivas existentes na região.

Hoje após tantos ciclos, e atitudes degradantes, novamente o Bioma corre “risco de morte”.

Idealizado para ser o maior Porto da América do Sul, o projeto “virtual” Porto Brasil, chega atrasado na História da região com a proposta de alterar a vocação econômica do local se sobrepondo à relação de pertencimento das pessoas que ali habitam com o meio natural.

Pretendido ser instalado no último maciço de restinga do estado de São Paulo e que faz a ligação por um único corredor florestal, da área praial as escarpas da Serra do Mar, o projeto Porto Brasil se mostra como uma ameaça à preservação dos tão sofridos 7,26% que restam da área natural de floresta, além de vir sucumbir uma aldeia indígena que vive nas terras e tem suas tradições ligadas a ela.



O Movimento

Combatendo a contra-informação utilitarista oferecida por estruturas dominantes que contaminam o ideário comum das pessoas com falsas verdades sobre as questões que tocam a qualidade de vida, foi lançado o Movimento em Defesa da Sociobiodiversidade da Mata Atlântica (MDSMA), que terá como missão unir ações que visem o enfrentamento das atividades degradantes na sociobiodiversidade da floresta por todos os cantos do país.



A tônica do Movimento será fazer e trazer o debate junto à sociedade para propor alternativas para o fortalecimento socioeconômico das regiões com o objetivo de buscar construir conjuntamente e coletivamente responsabilidades pelo desenvolvimento em bases sustentáveis, visando à preservação do Bioma e o envolvimento regional para empoderar os atores locais na resolução dos seus desafios frente ao equilíbrio entre as ações humanas e o respeito com a natureza.

Capitaneiam o Movimento entidades ambientalistas paulistas e coletivos autônomos que trabalham a defesa do meio ambiente além de artistas populares.



Inicio da ação

No último final de semana (30/05) foi organizado e difundido o primeiro protesto do MDSMA contra o projeto do Porto Brasil, no Viva Mata 2008, evento realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica.


De forma impactante a ação provocou a atenção das quase 75 mil pessoas que passaram pela marquise do Parque do Ibirapuera e puderam ver de forma simbólica um “cemitério” que traziam em suas cruzes o nome de plantas e animais que podem ser expulsos ou mesmo extintos se o empreendimento portuário da empresa LLX vier acontecer na Baixada Santista/SP na cidade de Peruíbe.



Para saber mais envie um e-mail para:
sociobiodiversidades@gmail.com

quarta-feira, 4 de junho de 2008

LX em xeque / Ambientalistas atacam Porto Brasil e esperam apoio da Funai

Por: Bruno Rios / Porto Gente

No início da semana em que o mundo celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), ambientalistas da Baixada Santista reuniram-se para discutir o polêmico Porto Brasil, empreendimento que a empresa LLX pretende construir em Peruíbe com investimentos estimados em pouco mais de R$ 4 bilhões. E a discussão não foi branda, muito pelo contrário. No final, ficou a certeza de que a batalha dos que defendem a não-construção do Porto Brasil será longa, mas pode receber um aliado importantíssimo e fundamental nesta semana.

Trata-se da Fundação Nacional do Índio (Funai), que por meio de seu presidente, Márcio Augusto Freitas de Meira, deve entregar nos próximos dias ao ministro da Justiça, Tarso Genro, um parecer favorável à homologação de território indígena para a área escolhida para a implantação do futuro porto. O documento tornaria aquele específico pedaço de terra da Estância Santa Cruz impossível de ser
comprado, violado e utilizado para fins comerciais, como pretende o empresário Eike Batista.

Investimento superior a R$ 4 bilhões está previsto para área pacata, só acostumada a grandes movimentações durante feriados e final de ano "A região em que querem fazer o Porto de Peruíbe é muito sensível e não pode ser usada para tal fim, sendo que o complexo de Santos está ao lado e precisando de investimentos em infra-estrutura e com áreas de expansão. Tem que se respeitar a diversidade cultural da Baixada Santista. Será que ninguém olha isso? Com mais empresas e um porto no meio do que hoje é Mata Atlântica, as perspectivas são as piores possíveis", resumiu o técnico em meio ambiente e especialista em
poluição química, Jeffer Castelo Branco.

Outro presente ao debate sobre o Porto Brasil foi o ambientalista Plínio Melo, da organização não-governamental Mongue e antigo crítico do projeto de Eike Batista para a pacata cidade do Litoral Sul de São Paulo. Ele tocou nos pontos mais polêmicos da história, como a negociação direta entre os índios da Aldeia Piaçagüera, que ocupam a área do porto, e diretores da LLX, que teriam chegado a oferecer aos nativos cinco salários mínimos por mês durante um ano, condicionada a saída da terra para uma fazenda de Itanhaém, pertencente ao ex-prefeito de Peruíbe, Gilson Bargieri.

"Várias pessoas na platéia não sabiam desse detalhe sórdido, sempre é bom refrescar a memória de todos. Eu estou sofrendo um processo porque procuro os meios de comunicação para criticar tudo o que está, em meu ponto vista, acontecendo de forma errada. O Porto Brasil é um projeto absurdo que só vai servir e já está servindo para despertar a cobiça na cabeça das pessoas. Ainda por cima, já ouvimos nas conversas de canto que a Prefeitura de Peruíbe vai mexer no Plano Diretor da Cidade para permitir, legalmente, a construção do Porto Brasil. Sou contra isso e lutarei até o fim. Tomara que a terra seja homologada logo".

O evento também contou com a presença do deputado estadual Raul Marcelo (PSOL), que posicionou-se contra a construção do Porto Brasil sem o debate de idéias e a participação dos ambientalistas no processo. Ao público presente, ele reclamou da pouca transparência da LLX no assunto. Em sua opinião, "é preciso garantir o meio ambiente e uma política de desenvolvimento sustentável, que tanta gente fala, mas poucos conseguem tirar do papel".

Bruno Pinheiro, da ONG Ecosurfi, citou os problemas ambientais sofridos por outra empresa de Eike Batista, a MMX, no Norte do Brasil. PortoGente abordou o tema em uma entrevista exclusiva publicada recentemente com o ambientalista paraense e diretor do instituto de defesa do meio ambiente Peabiru, João Meirelles, citado por Bruno durante o debate. Ele fez comparações e reclamou da posição da empresa. "O que sofremos aqui eles sofrem no Norte. Alguma coisa está errada, precisamos defender os índios e a Mata Atlântica".

Em desenhos, um jeito divertido de ensinar consumo consciente

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Braço da Orion ativa os "Anticorpos de Gaia"

Em recente palestra o educador Joe Garcia trouxe aos professores de Itanhaém o que há de mais avançado em teorias pedagógicas , ilustrando seus ensinamentos com exemplos de ações de dentro e de fora do Brasil.

Agora voltamos ao assunto a fim de documentar o pioneirismo do ensino municipal de Itanhaém nessa área, através da apresentação de um projeto arrojado e talhado ao sucesso e à modificação de uma realidade preocupante da nossa população.

Estamos nos referindo ao PROGRAMA DE EA – Projeto Braço de Orion 001 – COMVIDA NA ESCOLA voltado para a educação ambiental .


A partir da observação atenta das imagens aqui publicadas, que detalham o desenvolvimento do trabalho, poderemos ter a exata noção do potencial desse projeto que conta com a assinatura de profissionais competentes, criativos e idealistas de diversas áreas

O Projeto de formação de Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola está articulando iniciativas locais; a proposta tem caráter piloto e objetiva expandir alcance para ano que vem.



Quase 50 alunos estão protagonizando a formação de COMVIDA – Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola Municipal Maria Aparecida Soares Amêndola, no Bairro Cabuçu, em Itanhaém.

A COMVIDA é um espaço dos alunos e para os alunos. Visa mobilizar o debate sobre as questões socioambientais da comunidade e enraizar práticas participativas em busca da melhoria da qualidade de vida sob os princípios de que “jovem educa jovem” e “jovem escolhe jovem”.



Por meio do Programa de Educação Ambiental – Projeto Braço de Orion 001, iniciativa do Coletivo Jovem de Meio Ambiente de São Paulo com financiamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) para a gestão, jovens estão implementando COMVIDAS em escolas de cerca de 25 cidades do estado.

Em Itanhaém a execução do projeto é da Equipe Técnica de Educação Ambiental formada pela Secretaria de Educação, Cultura e Esportes , pelo Departamento de Meio Ambiente e da Secretaria de Agricultura.



Na Baixada Santista, participam também as cidades de Peruíbe, São Vicente e Guarujá. A gestão regional é do CJ Caiçara/REJUMA e o apoio na região é das ONGs Ecosurfi (Entidade Ecológica dos Surfistas), Camará – Centro de Pesquisa e Apoio à Infância e Adolescência e GREG (Grupo Ecológico Guaraú), da empresa Nação Ecológica e do Coletivo Educador Serra do Mar.

A proposta trabalhará a formação de agentes socioambientais mirins em cinco pilares metodológicos: reencantamento humano, empreendedorismo, educação ambiental, educomunicação e participação política.



O técnico da Secretaria de Educação de Itanhaém, André Barbosa, é um dos facilitadores do projeto. Segundo ele, “esta é uma proposta piloto que objetiva aprender com as experiências para atender mais escolas no ano que vem. Estamos adaptando a metodologia, estabelecendo diálogo com a grade curricular e a articulação com projetos já desenvolvidos”.

O Portal Flecha de Luz (www.flechadeluz.org) é a ferramenta educomunicativa para do Programa. Além de possibilitar às COMVIDAS um canal na WEB para a produção e publicação de conteúdos, permite que os jovens compartilhem experiências e conhecimentos localmente construídos, aprendendo também com as práticas alheias. “As novas condições impostas pelas mudanças ambientais e pela globalização fazem necessário que nós jovens desenvolvamos respeito pela vida e que dominemos as tecnologias de informação e comunicação. Ao mesmo tempo em que precisamos nos reconhecer como sujeitos da história, ter capacidade de concretizar idéias e valorizar a atuação em coletividades”, explica Bruno Pinheiro, da Ecosurfi e do CJ Caiçara/REJUMA.

SEMEANDO FORTALECIMENTO LOCAL

Um dos grandes potenciais da COMVIDA é a total possibilidade de interação com projetos já desenvolvidos nas escolas e comunidades. Na E.M. Maria Aparecida Soares Amêndola o professor de matemática Sérgio Batista da Costa há um ano coordena o Projeto Semear, que trabalha horta escolar com os fundamentos da agricultura urbana e orgânica. A iniciativa envolve as matérias de matemática, ciências, inglês e português de forma multidisciplinar.

“Os alunos querem ir pra horta toda hora. A horta é o centro organizador para as disciplinas, com caráter multidisciplinar. Relacionamos a prática aos conteúdos trabalhados em sala de aula”, fala o professor Sérgio. “A COMVIDA é uma parceira do Semear, pois na verdade são uma coisa só, uma fortalece a outra”, conclui.

Para uma das coordenadoras pedagógicas de ciclo II (5ª à 8ª séries) da Rede Municipal de Ensino de Itanhaém, Renata Luz Leite, a COMVIDA pode colaborar para atingir metas educacionais. “Os projetos políticopedagógicos visam melhorar tanto a carga de conteúdo como a aplicação dele no dia a dia, qualificando a formação cidadã dos alunos.

A COMVIDA está no início apenas, mas pode contribuir para que as escolas atinjam as metas de seus projetos políticopedagógicos”, afirma a coordenadora.

O Programa de Educação Ambiental – Projeto Braço de Orion 001 é gerido com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), tomados pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas. São parceiros estratégicos do Programa a REJUMA – Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade, a REBEA Rede Brasileira de Educação Ambiental, REPEA – Rede Paulista de Educação Ambiental, REABS – Rede de Educação Ambiental da Baixada Santista, Rede Paulista de Agendas 21 Locais e Rede de Agendas 21 do Litoral Paulista, Carta das Responsabilidades Humanas, Green Map System e GYAN Global Youth Action Network.

Mais informações acessar http://www.flechadeluz.org/
Fonte
iMaque / Comunicação GAIA – Grupo de Articulação, Interação e Ação
Conexão Braço de Orion
www.flechadeluz.org
Conexão Braço de Orion – www.flechadeluz.org
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É permitida a reprodução parcial ou total do conteúdo, menos para fins comerciais, desde que citada a fonte.

terça-feira, 27 de maio de 2008

I Encontro da Juventude pelo Meio Ambiente de Mato Grosso

Por: Amandita

Uma pequena e frágil semente alada flutua ao sabor do vento... Esta semente é símbolo da esperança e por onde passar, ela a levará, e onde germinar, fará com que muitas outras esperanças nasçam e floresçam.

Assim, o I Encontro da Juventude pelo Meio Ambiente de Mato Grosso, que acontecerá em Tangará da Serra - MT- Brasil, entre os dias 23 a 26 de julho de 2008, é uma semente que se lança da esperança, esperança de construirmos coletivamente um Mato Grosso, um Brasil e um mundo sustentável.

Programação contará com os trabalhos nos Eixos de Formação (Educação Ambiental, Educomunicação, Empreendedorismo, Fortalecimento Organizacional e Participação Política) e o Grupo de Discussão, que tratará de formular através de pesquisa prévia dos participantes, um Estado da Arte da sua região Ecossistemas, Bacias Hidrográficas e Sistemas Humanos (espaços urbanos, rurais e comunidades locais) para o que foi, como está sendo e como queremos, para que apartir deste, criemos um documento de orientação às ações do CJs locais existentes em Mato Grosso. E no último dia, contaremos com varias oficinas e vivências.

Qual a diferença entre as oficinas e as vivências? As oficinas buscam ensinar algo prático, quem participar delas irá aprender a construir algo relacionado às suas temáticas. Quanto as vivências, como o próprio nome diz, buscam fazer com que seus participantes vivenciem uma realidade diferente das suas.

Para mais informações, acesse: www.coletivomt.blogspot.com ou www.ufmt.br/gpea

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Seminário sobre vida marinha atrai centenas de pessoas em Santos

Por: Fama Assessoria / Fotos: Ecobservatório

O seminário “VIDA MARINHA – Desenvolvimento e Preservação dos Mares” reuniu mais de 400 pessoas no Salão Orquídea, do Parque Balneário Hotel, em Santos (SP), na ultima sexta-feira (16 de maio).



Estudantes e profissionais ligados às áreas de Oceanografia e Biologia estiveram em contato com cases de sucesso. A variedade de palestras e o ineditismo do seminário na região fizeram com que o público acompanhasse as apresentações até o fim.

Entre os palestrantes estava o artista plástico Wyland, que entregará o seu 98º Whaling Wall (mural) neste sábado, ao meio dia, no Aquário Municipal de Santos.


“Nossa responsabilidade, como meio de comunicação, é com o futuro. O seminário Vida Marinha e a vinda de Wyland a Santos têm a ver com o momento da cidade e sua vocação para o esporte, o turismo e a preservação”, afirmou o Diretor-Presidente da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini.

A chefe regional do Ibama, Ingrid Oberg, falou sobre a importância de os moradores de regiões costeiras preservarem o ambiente marinho. “Nós, que vivemos à beira-mar, temos que ter a iniciativa sobre o que devemos fazer para ter um ambiente saudável. Precisamos discutir”.

Do prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, veio a promessa de alterações gradativas no Aquário Municipal da Cidade, hoje o segundo parque mais visitado do Estado de São Paulo.


“As mudanças tornarão o Aquário não somente um local de lazer, como também de pesquisa científica. Santos é uma cidade portuária preocupada com a preservação marinha e com o aquecimento global”.

A primeira palestra do dia foi apresentada por Wyland, artista plástico norte-americano e Presidente da Wyland Foundation, instituição sem fins lucrativos com o objetivo de conscientizar sobre a preservação da vida oceânica.
“Temos dez anos para salvar o planeta, para (buscar) o renascimento ambiental. Essas pessoas (estudantes presentes no auditório) fazem parte da geração responsável por isso. Aprendam, estudem e dividam o seu conhecimento. Depois, ajam”.

Sobre o trabalho que encerrou nesta sexta-feira e será inaugurado no sábado no Aquário de Santos – o 98º mural que retrata animais da fauna marinha em locais públicos – Wyland disse que, quando as pessoas vêem uma beleza, elas passam a querer preservar. Essa é a motivação dele para a realização desse tipo de trabalho.


“Essa cidade (Santos) depende de um mar saudável. Me sinto orgulhoso de estar aqui. Esse Aquário é lindo e muito importante. Foi um aquário que me inspirou e ele continuará inspirando muita gente”.

Já Roberto Vámos, Diretor-Presidente da Surfrider Foundation Brasil, disse que “o mar é a mãe de toda a vida no planeta”. A Surfrider é uma organização internacional, criada por surfistas, mas “aberta á participação de todos” e possui quatro pilares de sustentação: conservação, ativismo, pesquisa e educação.
O palestrante falou da importância de se fazer pesquisas que dêem suporte à preservação. “Há novas tecnologias no tratamento de lixo e esgoto que não estamos usando até por falta de informação”.


Vámos destacou ainda o surgimento de zonas mortas (áreas sem oxigênio) em várias partes do oceano, devido à descarga de nutrientes (como, por exemplo, o esgoto) e a proliferação de algas nocivas e bactérias.

“Muitas praias não são freqüentadas porque as pessoas não conseguem respirar, devido às toxinas levadas pelo vento. É um problema de saúde. Deveríamos pensar na reutilização da água do esgoto ao invés de lançá-lo”.
Entre os dados alarmantes divulgados na palestra, está a de que existem cerca de 18.000 pedaços de plástico por m2 nos oceanos, de acordo com a ONU. Mais de 1 milhão de aves e 100.000 mamíferos marinhos morrem por ano ao ingerir plástico.

Pedaços microscópicos do material também atuam como um imã que atrai produtos tóxicos ou cancerígenos. O peixe, ao ingerir o plástico se contamina. No entanto, por vezes, quem está na ponta desta cadeia alimentar é o homem.
Para Marina Medina, jornalista e coordenadora do Núcleo de Jornalismo Ambiental de Santos, o seminário foi oportuno. “É importante o debate sobre o mar enquanto ecossistema. Vemos seminários sobre pesca e porto que tratam do mar somente enquanto recurso. Gostei das palestras de Wyland e da Surfrider porque eles disseram que se não conservarmos a terra não conservaremos o mar”.

Berenice Gallo, Coordenadora Regional da Fundação Pró-Tamar – base Ubatuba, afirmou que nem sempre o grande vilão dos oceanos é aquele momentâneo que causa um grande impacto. O problema para ela é crônico e depende da revisão dos hábitos diários de consumo dos seres humanos para melhorar.
Berenice contou a história do Projeto Tamar e da Fundação Pró-Tamar – ONG privada sem fins lucrativos, instituída como de utilidade pública federal.

Há 25 anos, o Tamar, com suas áreas de desova, protege fêmeas e ninhos de cinco espécies de tartarugas marinhas. “A tartaruga é um animal com um tempo longo de vida, mas que estava sumindo”.

O Pró-Tamar conta com a parceria de pescadores voluntários. Dessa forma, todas as tartarugas que são capturadas, por engano, são medicadas e cadastradas, como em um censo.

Outra ferramenta importante para a preservação das tartarugas é a troca do anzol, para um de formato circular. A captura do animal, segundo Berenice, é prejudicial não só para as espécies, como para os pescadores que não as tem como alvo.

Andrea Maranho, Diretora-Presidente da ONG Gremar, afirma que os animais são os “sentinelas do mar”, pois mostram como está a saúde dos oceanos. Os principais motivos para o encalhe das espécies são os fatores naturais (como ciclones), doenças e intoxicação. O Cremar já atendeu tartarugas e pingüins capturados incidentalmente. “Temos de pensar em áreas de restrição de pesca em nosso gerenciamento costeiro”.

O veterinário do Aquário de Santos, Gustavo Henrique Pereira Dutra, mostrou como é feito o tratamento de tartarugas no parque, além de fotos de animais com problemas de saúde e até de alguns que chegaram a falecer.

Ele destacou também os recursos disponíveis no equipamento público para atender os animais que encalham: exames bioquímicos, operações e necropsia. Radiografias são efetuadas em uma universidade da cidade, por meio de parceria.
“O seminário é bastante válido porque o ser humano precisa ter consciência de que sua atitude vai refletir no ambiente e em sua qualidade de vida. Por se tratar de minha área de atuação, a palestra do veterinário do Aquário, Gustavo, teve muita relevância para enriquecer meus conhecimentos”, disse a veterinária Thayana Evangelista.

O Diretor Industrial da Dow Guarujá, Climério Pinto, apresentou os cases Mangue Limpo e Embaixadores do Meio Ambiente. O primeiro é fruto de uma parceria com a Universidade Santa Cecília para que estudantes de Biologia conheçam o mangue – um ecossistema muito rico em diversidade biológica – e façam a catalogação de espécies encontradas.

Já os Embaixadores do Meio-Ambiente é uma parceria inédita na América Latina com a Ocean Futures Society, de Jean-Michel Cousteau, que visa educar crianças e jovens. O programa está presente em 14 países, e terá iniciada as atividades no Brasil em julho deste ano.

Durante uma semana, os estudantes de 5ª a 8ª série ficarão hospedados em bangalôs próximos à planta industrial da indústria química. Lá, farão o plantio e replantio de mudas nativas, terão contato com a comunidade que mora próximo ao mangue, além da observarem o ecossistema.

De acordo com a presidente do Ocean Futures Society no Brasil, Leda Bozacyan, trata-se de educação ambiental com atividades divertidas.
José Truda Palazzo Jr, Presidente do Projeto Baleia Franca, explicou todos os esforços para salvar a espécie que, em 1602, já sofria com a caça predatória. “É uma espécie dócil, fácil de matar, e na época da reprodução vem para perto da costa. Ela dava aos pescadores um bom rendimento de gordura”.

Somente em 1935, foi proibida a caça por meio de tratados internacionais. No entanto, a prática ocorria no Brasil até 1973. A espécie não foi mais encontrada no País até agosto de 1982, quando foi “redescoberta” em Santa Catarina.
Começou, então, o trabalho do Projeto Baleia Franca, que cataloga as baleias avistadas. A sede da instituição, em Santa Catarina, recebe a visita de estudantes, especialmente por conta de seu laboratório.

Outro atrativo é o turístico, já que muitos visitantes se informam sobre as baleias – sobre onde estão e quando vão parecer. Trata-se de um fomento também para o desenvolvimento do comércio e da hotelaria locais.
“Não temos uma política pública de fazer dinheiro com conservação. Mergulho traz dinheiro e educação ambiental atrai turistas”, disse Palazzo Jr.

Mabel Augustowski, Coordenadora do Projeto Baleia de Bryde, iniciado no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, em 2001, destacou as características dessa espécie, que costumava surgir com mais freqüência em épocas específicas.
“Hoje é mais difícil falar em estações do ano bem definidas. Esforços em observação são feitos fora da época de primavera e verão (quando apareciam mais), devido às mudanças climáticas e a outros eventos, como os terremotos”.
O biólogo e professor Diego Araújo de Freitas, ficou satisfeito com o evento. “Achei muito bom o encontro. As pessoas deixam de lado a discussão sobre o mar ao se importar mais com as florestas. Seria interessante que houvesse mais encontros como esse. O apoio das universidades é fundamental, pois se cria outro espaço para discussão e ampliação do conhecimento”.

O seminário “VIDA MARINHA – Desenvolvimento e Preservação dos Mares” é uma iniciativa da TV Tribuna, com apoio da revista Alma Surf, patrocínio do Grupo Rodrimar e Terracom, realização da Una Eventos. Já a vinda de Wyland à Cidade é uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Santos, TV Tribuna e Revista Alma Surf, com patrocínio do Grupo Rodrimar.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Carta da "Ministra" Marina Silva na Integra


Caro presidente Lula,

Venho, por meio desta, comunicar minha decisão em caráter pessoal e irrevogável, de deixar a honrosa função de Ministra de Estado do Meio Ambiente, a mim confiada por V. Excia desde janeiro de 2003. Esta difícil decisão, Sr. Presidente, decorre das dificuldades que tenho enfrentado há algum tempo para dar prosseguimento à agenda ambiental federal.

Quero agradecer a oportunidade de ter feito parte de sua equipe. Nesse período de quase cinco anos e meio esforcei-me para concretizar sua recomendação inicial de fazer da política ambiental uma política de governo, quebrando o tradicional isolamento da área.

Agradeço também o apoio decisivo, por meio de atitudes corajosas e emblemáticas, a exemplo de quando, em 2003, V. Excia chamou a si a responsabilidade sobre as ações de combate ao desmatamento na Amazônia, ao criar grupo de trabalho composto por 13 ministérios e coordenado pela Casa Civil. Esse espaço de transversalidade de governo, vital para a existência de uma verdadeira política ambiental, deu início à série de ações que apontou o rumo da mudança que o País exigia de nós, ou seja, fazer da conservação ambiental o eixo de uma agenda de desenvolvimento cuja implementação é hoje o maior desafio global.

Fizemos muito: a criação de quase 24 milhões de hectares de novas áreas de conservação federais, a definição de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade em todos os nossos biomas, a aprovação do Plano Nacional de Recursos Hídricos, do novo Programa Nacional de
Florestas, do Plano Nacional de Combate à desertificação e temos em curso o Plano Nacional de Mudanças Climáticas.

Reestruturamos o Ministério do Meio Ambiente, com a criação da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e do Serviço Florestal Brasileiro; com melhoria salarial e realização de concursos públicos que deram estabilidade e qualidade à equipe. Com a completa reestruturação das equipes de licenciamento e o aperfeiçoamento técnico e gerencial do processo. Abrimos debate amplo sobre as políticas socioambientais, por meio da revitalização e criação de espaços de controle social e das conferências nacionais de Meio Ambiente, efetivando a participação social na elaboração e implementação dos programas que executamos.

Em negociações junto ao Congresso Nacional ou em decretos, estabelecemos ou encaminhamos marcos regulatórios importantes, a exemplo da Lei de Gestão de Florestas Públicas, da criação da área sob limitação administrativa provisória, da regulamentação do art. 23 da Constituição, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, da Política Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais. Contribuímos decisivamente para a aprovação da Lei da Mata Atlântica.

Em dezembro último, com a edição do Decreto que cria instrumentos poderosos para o combate ao desmatamento ilegal e com a Resolução do Conselho Monetário Nacional, que vincula o crédito agropecuário à comprovação da regularidade ambiental e fundiária, alcançamos um patamar histórico na luta para garantir à Amazônia exploração equilibrada e sustentável. É esse nosso maior desafio. O que se fizer da Amazônia será, ouso dizer, o padrão de convivência futura da humanidade com os recursos naturais, a diversidade cultural e o desejo de crescimento. Sua importância extrapola os cuidados merecidos pela região em si, e revela potencial de gerar alternativas
de resposta inovadora ao desafio de integrar as dimensões social, econômica e ambiental do desenvolvimento.

Hoje, as medidas adotadas tornam claro e irreversível o caminho de fazer da política socioambiental e da economia uma única agenda, capaz de posicionar o Brasil de maneira consistente para operar as mudanças profundas que, cada vez mais, apontam o desenvolvimento sustentável como a opção inexorável de todas as nações.

Durante essa trajetória, V. Excia é testemunha das crescentes resistências encontradas por nossa equipe junto a setores importantes do governo e da sociedade. Ao mesmo tempo, de outros setores tivemos parceria e solidariedade. Em muitos momentos, só conseguimos avançar devido ao seu acolhimento direto e pessoal. No entanto, as difíceis tarefas que o governo ainda tem frente sinalizam que é necessária a reconstrução da sustentação política para a agenda ambiental.

Tenho o sentimento de estar fechando o ciclo cujos resultados foram significativos, apesar das dificuldades. Entendo que a melhor maneira de continuar contribuindo com a sociedade brasileira e o governo é buscando, no Congresso Nacional, o apoio político fundamental para a consolidação de tudo o que conseguimos construir e para a continuidade da implementação da política ambiental.

Nosso trabalho à frente do MMA incorporou conquistas de gestões anteriores e procurou dar continuidade àquelas políticas que apontavam para a opção de desenvolvimento sustentável. Certamente, os próximos dirigentes farão o mesmo com a contribuição deixada por esta gestão. Deixo seu governo com a consciência tranqüila e certa de, nesses anos de profícuo relacionamento, temos algo de relevante para o Brasil.

Que Deus continue abençoando e guardando nossos caminhos.

Marina Silva"

terça-feira, 13 de maio de 2008

Ministra Marina Silva entrega pedido de demissão a Lula

A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) entregou nesta terça-feira o seu pedido de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A integrantes de sua equipe, que ela reuniu hoje de manhã, a ministra disse que não existe a possibilidade de recuar e permanecer no cargo, que ocupa desde o primeiro dia do primeiro mandato de Lula.

Marina vinha entrando em conflitos com outros ministérios, como a Casa Civil e a Agricultura, em casos e questões que opõem proteção ambiental a interesses econômicos.

O mal-estar entre Marina Silva e Dilma Rousseff (Casa Civil) começou em julho do ano passado, por conta das negociações em torno do edital para as concessões do leilão das usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO). O impasse teve início com a cobrança do presidente Lula por mais agilidade nas licenças ambientais concedidas pelo Ministério do Ambiente.

Após desentendimentos, o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) concedeu licença prévia para as hidrelétricas serem construídas, mas estabeleceu uma série de regras.

Para Dilma, o argumento era econômico e técnico: as usinas produzirão 6.450 MW --a maior obra de energia do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Marina argumentava, por outro lado, que as hidrelétricas só podem sair do papel se ficasse constatado que não iriam trazer prejuízos ambientais à região.

Com o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura), o desentendimento girava em torno do plantio de cana. Para Marina, Stephanes incentiva o plantio de cana em áreas degradadas da Amazônia, do Pantanal e da mata atlântica.

Em entrevista à Folha, Stephanes afirmou que "foi mal interpretado", quando citou Roraima como uma possibilidade de plantio de cana. Nessa área a que ele se referia, segundo o próprio ministro, haveria apenas savana. "Há milhares de anos."

"Deram uma interpretação diferente. Falei em incentivar plantio em áreas e pastagens degradadas, não no bioma", disse.

Servidores

Marina também enfrentou problemas com os servidores do Ibama, insatisfeitos com a divisão do órgão e com a criação do Instituto Chico Mendes.

Para protestar contra a criação do órgão, os servidores do Ibama fizeram uma greve, que foi criticada publicamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte: Folha Online
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