quinta-feira, 27 de março de 2008

Com a arte e com a Lei

Por: João Malavolta / Ecobservatório

Na tarde de ontem (26) foi suspensa primeira audiência publica que iria discutir o “virtual” projeto Porto Brasil em Peuibe/SP. Cerca de 800 pessoas que estavam presentes no Centro de Convenções da cidade tiveram que voltar para as suas casas com a “pulga atrás da orelha”.

Nos últimos meses a população da Baixada Santista, em especial das cidades de Peruíbe e Itanhaém começaram a sonhar com o desenvolvimento econômico regional através da vinda de um mega-porto para a cidade de Peruíbe. O empreendimento segundo a idéia inicial deverá ocupar uma área de 19 milhões de m² entre os dois municípios, o que de maneira direta impactaria o ultimo remanescente de restinga que liga em um único maciço florestal a Serra do Mar a praia e desabrigaria uma aldeia indígena com 52 familias tradicionais.


Embora a opinião publica não ter o conhecimento aprofundado sobre as conseqüências negativas do projeto na Baixada Santista, muitos se colocam a favor da obra, apesar dos alertas que vêm sendo dado por parte o Movimento Ambientalista da região, que esclarece que o modelo de desenvolvimento atual é um equivoco, constatando-se isso com a crise climáticas que estamos vivenciando.


Com caras de palhaços pela palhaçada já anunciada representantes de ONG’s e Movimentos Sociais de Peruíbe e Itanhaém, chegaram à audiência para protestar com arte e sutileza, pois legalmente a falta de transparência do grupo responsável pelo empreendimento vem sendo deflagrada há meses. Do aliciamento de Índios a proibição da participação dos assessores de comunicação das ONG’s ambientalistas em entrevista coletiva para imprensa no ultimo dia 12/03, vem se comprovando a falta de ética dos dirigentes do grupo.


Para os manifestantes foi uma tarde alegre, a imprensa toda presente, e a abordando os fatos que virariam noticia, número satisfatório de pessoas para tomar conhecimento da “propaganda” que seria oferecida através do plano de trabalho do porto.

Na fila de entrada do espaço escolhido para a sessão se iniciou o movimento “art-vista” que faz ativismo por meio de expressões artísticas, muitos curiosos questionavam o porquê daquela postura, onde vestidos com cara de palhaços e com apitos na mão, os manifestantes chamavam a atenção das centenas de pessoas que estavam na entrada da audiência.


Criticas e elogios foram dirigidos aos nobres “eco-palhaços” que de maneira irreverente apenas esclareciam que o projeto Porto Brasil é uma realidade virtual e pouco escrupulosa se levado em considerações todos os aspectos legais para a realização desse empreendimento.


Por volta das 18hr se iniciou a audiência e depois de lido o regulamento que disciplinaria aquela plenária, chega por meio de um fax uma determinação do Juiz da 1ª Vara Federal de Santos. A ordem foi à suspensão imediata do ato, sobre a alegação que as terras tradicionalmente ocupadas pelos Índios têm garantia constitucional.


Com o som dos apitos se inicia o que poderiamos chamar de “Movimento com a arte e com a Lei”, pois de maneira imprescindível foi possível mobilizar a opinião popular sobre a falta de base legal para o projeto Porto Brasil e ver resguardado os direitos natos dos povos indígenas e do povo brasileiro.


O público que compareceu ficou estarrecido e entendeu o propósito da cara de palhaço dos manifestantes, que desde o inicio da tarde já entendiam que uma grande palhaçada estaria para acontecer, e aconteceu.

Video: http://www.tvtribuna.com/videos/?video=14371

Galeria de Fotos:

3 comentários:

Tio Pauleira disse...

Sensacional!!
Cara como eu queria ter ido...
Vai haver outra? esses caras não vão largar o osso tão fácil...

Tio Pauleira disse...

me visitem!!!!
http://piratasecorsarios.blogspot.com/

Plínio disse...

Parabéns a Ecosurfi. O apoio e PRESENÇA de vocês foi fundamental.
Um grande abraço a todos.
Porto favor, divulguem a assinatura do abaixo assinado on line
www.petiononline.com/porto
Plínio

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