terça-feira, 13 de novembro de 2007

Desenvolvimento Natural

Por: João Malavolta / Ecobservatório

Durante anos acreditava-se que o meio ambiente possuía recursos infinitos e que esses bens nunca acabariam. Hoje já se sabe que com a população mundial ultrapassando os seis bilhões de pessoas, a situação ambiental se torna a cada dia mais insustentável devido ao esgotamento dos recursos naturais.

Furacões, tornados, maremotos e secas são apenas alguns dos sintomas que mostram que os sistemas naturais que equilibram os serviços ambientais prestados por todos os ecossistemas estão perecendo rapidamente. A causa de tudo isso é o estilo de vida dos próprios seres humanos que baseados no binômio produção/consumo causam essa desordem caótica no ambiente.

Houve um tempo quando se falava em desenvolvimento, as atenções se voltavam para as derrubadas de florestas e construções de fábricas poluentes, além de outros empreendimentos que nunca respeitavam as formas de vida em seus ambientes naturais. Em sua maioria essas ações sempre se fortaleciam junto à sociedade como sinônimo de progresso ou mesmo evolução social.

Progresso sempre foi à palavra de ordem entre os países, sociedades e comunidades ao redor do globo terrestre no ultimo século. O Brasil sempre ocupou uma posição de país subdesenvolvido ou de “terceiro mundo”, devido às mazelas da sua organização publica e institucional, mas hoje esse pouco “desenvolvimento” traz à tona uma questão fundamental, que faz o mundo inteiro virar os olhos para o continente sul-americano, a função ambiental dos biomas aqui preservados para o equilíbrio climático global.

Florestas, rios e biodiversidade endêmica, este é o progresso natural que pouco foi freado no processo de desenvolvimento do Brasil, e que devido às imensidões de um país continental ainda estão sendo preservados embora muitas feridas estejam sendo abertas cotidianamente nesse corpo verde e gigante pela própria natureza.

O despertar da Educação Ambiental

Nos últimos 100 anos um termo pouco discutido pelo grau de sua importância foi à educação ambiental. Entendia-se por educação ambiental apenas alguns estudos de centros acadêmicos da Europa, que em virtude de cartas enviadas por conselhos públicos que debatiam a questão e formalizavam relatórios sobre os limites do crescimento econômico com o fim de se ter em vista prioridades e planejamento social.

No Brasil a questão evoluiu rapidamente nesse inicio de século e diariamente já permeia praticamente todos os níveis de ensino. Quando se fala em preservação do meio ambiente entre crianças, jovens e adultos já é possível se deparar com opiniões variadas e criticas sobre o tema.

Hoje a alfabetização é a grande arma para se lutar contra qualquer distúrbio antropico. A luta contra a destruição dos recursos naturais é o principal combate que esta se iniciando atualmente em solo brasileiro, desta maneira já é possível vislumbrar efetividade em processos de construções ecopedagógicas participativas e transversais de caráter ambiental, pois essas ações já começam a despertar a mentalidade humana para a nova realidade de sustentabilidade que bate a porta dos povos pelo globo.

Exemplos claros de atuações positivas vêm de todas as partes. Jovens já se engajam na luta pela preservação do meio ambiente em quase todo País.

Um modelo claro disso são as políticas federais e estaduais de educação ambiental que possibilitam o fortalecimento dos conceitos sobre o tema, além dos programas de articulação e empoderamento dos jovens frente a essas questões que já mobilizam milhares por todas as regiões do Brasil.

Ações das mais diversas já podem ser notadas na sociedade. No setor público, as unidades de ensino estaduais e municipais já implementam em suas grades curriculares aulas voltadas para assuntos referentes ao tema. Tendo como base os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do MEC, estados e municípios já embasam suas secretarias de Educação para elaborar propostas para as redes de ensino.

O PCN serve para nortear a organização das disciplinas junto às escolas e ainda prevê a inclusão da educação ambiental de acordo com a lei 9.795/99, que institui a política nacional de educação ambiental. O despertar da consciência ambiental já é uma realidade entre os brasileiros.

Poluir até quando


Hoje, assistimos e vemos que aquela forma de progresso estava equivocada, e que tudo o que acontece junto aos ecossistemas se reflete na qualidade de vida dos seres que habitam o Planeta.

Em 1992, o Rio de Janeiro sediou a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre meio ambiente, a Eco 92, que abordou temas sobre mudanças climáticas, diversidade biológica e novas políticas ambientais para nações em desenvolvimento, além de protocolar um tratado de intenção para a redução da emissão de gás carbônico pelos países mais industrializados do mundo.

No total, participaram da conferência 181 governos. Um importante documento foi elaborado para tentar atingir as metas traçadas para a preservação do meio ambiente. Este documento ficou conhecido como a Agenda 21, que é um conjunto de estudos que serve de estratégia para a gestão de ações conservacionistas, por conter diretrizes para a implementação de modelos públicos de sustentabilidade.

A Eco 92 foi um marco no ambientalismo mundial, apesar da maioria dos termos de intenção para melhoria da qualidade dos recursos naturais ainda não terem sido colocados em prática. Muita coisa melhorou: movimentos ambientalistas tomaram força e políticas regionais de conservação foram adotadas por alguns municípios, estados e países. Mas, no aspecto global, o problema ainda merece mais atenção e efetividade nas medidas de combate as agressões por parte dos governantes.

Entidades que compõem o setor não-governamental fazem parte de uma teia de iniciativas que promovem atividades relacionadas à sensibilização de comunidades sobre problemas de ordem ecológica.

Inúmeros projetos são desenvolvidos com a finalidade de diminuir ou mesmo frear a má utilização dos recursos naturais. Mas a melhor forma de conseguir resultados eficientes nesse processo é com a participação da sociedade e dos indivíduos. Buscando mudar hábitos e atitudes será possível conseguir eficiência no processo de educação.

Um comentário:

Anônimo disse...

É, João... O que me bota medo nessa história são as grandes empresas. Elas sõ vão parar de destruir quando isso não for mais interessante economicamente.

Acho que aí está um bom ponto a ser explorado: desgastar a imagem das empresas destruidoras, tornando a destruição um item de alto custo dentro de seus negócios.

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